Chileno será delegado da Unasul para crise boliviana

O ex-chanceler chileno Juan Gabriel Valdés foi designado pela presidente Michelle Bachelet como delegado da União das Repúblicas Sul-Americanas (Unasul) para colaborar no diálogo entre o governo boliviano e seus opositores. Bachelet apontou Valdés na sua condição de presidente temporária da Unasul. A nomeação está em cumprimento com o acordo adotado pela reunião de líderes do grupo, realizada na segunda-feira em Santiago. A presidente designou Valdés por não poder “estar fisicamente” na Bolívia durante as negociações.

Valdés foi ministro das Relações Exteriores entre 1999 e 2000, na última etapa do governo de Eduardo Frei. Ele trabalhou para obter a libertação do ex-ditador Augusto Pinochet, logo após a detenção dele em Londres, em 1998. Entre 2004 e 2006 foi delegado das Nações Unidas para a busca da solução para a crise no Haiti. Também foi confirmado que o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o chileno José Miguel Insulza, se encontrará amanhã em La Paz com o ministro de Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca.

O governo e a oposição da Bolívia firmaram uma trégua e concordaram com a abertura de negociações. Violentos protestos e confrontos em quatro departamentos (Estados) deixaram pelo menos 15 mortos e 37 feridos.

O pacto esteve perto do fracasso ontem, por causa da detenção do governador opositor de Pando, Leopoldo Fernández, acusado pelo governo central de instigar grupos violentos que atacaram na quinta-feira campesinos partidários do presidente Evo Morales. O governador de Santa Cruz, Rubén Costas firmou o acordo ante a presença do cardeal Julio Terrazas e do governador de Tarija, Mario Cossío. Pouco antes, o vice-presidente Álvaro García Linera anunciou que o governo firmou o texto.