Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Álvaro Uribe, concordaram em colocar as diferenças de lado depois de uma série de graves desentendimentos e divulgaram, ontem, comunicados informando que conversaram por telefone e combinaram um encontro pessoalmente – uma mudança importante, em comparação com as recentes trocas de acusações e insultos.

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Os governos colombiano e venezuelano afirmam que os líderes planejam se reunir em breve para estreitar as relações, após a discussão de ambos por causa do ataque militar colombiano em território equatoriano, no qual morreram 25 supostos rebeldes, inclusive o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes. Não foi divulgada a data do encontro.

Chávez e Uribe "renovaram o compromisso pela verdade e pela colaboração mútua, de modo que nem a Venezuela nem a Colômbia sejam vítimas de grupos violentos, seja de que origem forem esses", pontuou o comunicado emitido por Bogotá. A ligação foi realizada pelo lado venezuelano. Segundo o texto, os presidentes expressaram "todo o desejo de restabelecer as melhores relações entre os governos".

Nos dias seguintes à incursão colombiana no Equador, realizada em 1º de março, Chávez e o presidente equatoriano, Rafael Correa enviaram tropas para suas respectivas fronteiras com a Colômbia. Chávez também dificultou o comércio com o lado colombiano, impondo restrições na fronteira. Os três líderes tiveram um debate tenso na última semana, durante encontro de cúpula do Grupo do Rio, na República Dominicana.

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Na ocasião, contudo, concluíram a reunião com firmes apertos de mão, após Uribe garantir que não realizará mais outra incursão como a feita no Equador. Depois do encontro, a Venezuela retomou as relações diplomáticas com a Colômbia e reabriu sua embaixada em Bogotá. O governo de Chávez também convidou os diplomatas colombianos que haviam sido expulsos a voltar para Caracas.