Chávez denuncia ameaças e retira adidos do Paraguai

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quinta-feira que ordenou a retirada do pessoal militar destinado à embaixada de seu país no Paraguai, ao denunciar ameaças “até de morte” contra a legação que, segundo ele, acusam de estar preparando um golpe de Estado em Assunção.

Chávez disse que já foram retirados os “companheiros militares que estão cumprindo funções no Paraguai” como adidos da embaixada em Assunção, ao discursar em uma sessão especial da Assembleia Nacional por ocasião dos 201 anos da declaração da independência da Venezuela. Os oficiais venezuelanos foram transferidos a Buenos Aires.

“Há ameaças até de morte, ameaças contra nossa gente na embaixada, acusando a embaixada venezuelana de estar preparando um golpe”, declarou o chefe de Estado.

Aliado do ex-líder paraguaio Fernando Lugo – destituído no dia 22 de junho por um processo de impeachment no Senado -, Chávez criticou a postura do novo governo de Assunção por ter declarado o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, como “persona non grata” por suposta ingerência nos assuntos internos do país.

“Agora o golpista é Lugo e Nicolás. Nicolás agora está montando um golpe no Paraguai”, ironizou o presidente venezuelano. “Por algum motivo foi declarado persona non grata pelos golpistas do Paraguai. Invejo-o, Nicolás, olha que estou o invejando”, disse Chávez em tom de sarcasmo.

O líder venezuelano, que acusa senadores paraguaios de serem golpistas por causa do impeachment contra Lugo e os critica pela recusa formal em aceitar a adesão de Caracas ao Mercosul, denunciou que um “grupo desses senadores do Paraguai” pediu dinheiro à Venezuela para aceitar a entrada do país no bloco.

“Nos pediam dinheiro para nos permitir entrar no Mercosul. Eu disse a Nicolás: ‘mande-os para longe’ (longe). São mafiosos de verdade, verdadeiras máfias pedindo dinheiro”, afirmou Chávez, que ressaltou que há testemunhas brasileiras e argentina disso.

No dia 29 de junho passado, no entanto, durante a reunião presidencial do Mercosul, o bloco se aproveitou da suspensão imposta ao Paraguai – justificada pelo impeachment contra Lugo, que considerou um rompimento da ordem democrática no país – para incorporar a Venezuela como membro pleno do grupo.

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