Chanceler israelense critica governos europeus

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, acusou hoje a Europa de aplicar uma política hostil em relação aos judeus, da mesma forma que os governos do continente na década de 1930, antes do Holocausto.

A declaração foi motivada pelas críticas e condenações europeias ao projeto de novos assentamentos judeus na Cisjordânia, anunciado há duas semanas. A medida foi encarada pelos países como uma represália à aprovação da Palestina como Estado observador não membro da ONU.

Em entrevista à rádio pública de Israel, o chanceler disse que os países europeus não levam em consideração os pedidos de destruição do Estado judaico, como o feito pelo líder do Hamas, Khaled Meshaal, em discurso no último sábado.

“Uma vez mais a Europa não levou em consideração os pedidos de destruição de Israel (…) já vimos isto no fim dos anos 30 e no início dos anos 40 quando a Europa sabia o que acontecia nos campos de concentração e não atuou”.

Ele também fez referência ao ataque do franco-argelino Mohammed Merah a uma escola judaica de Toulouse, em março, que deixou um professor e três crianças mortos. Para ele, Israel é um “aperitivo” para o avanço do terrorismo entre os países ocidentais.

“A Europa deu uma bofetada em si mesma. Quando alguém sacrifica os judeus, temos que perguntar quem será o próximo. Em Toulouse, o terrorista que assassinou crianças judias também havia matado antes soldados franceses”.

Relações cortadas

A relação de Israel com os países europeus piorou após a votação da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em que apenas a República Tcheca reprovou a promoção da Palestina a Estado não observador.

No bloco de 27 países, 15 votaram a favor dos palestinos, incluindo a França, 11 se abstiveram, incluindo Alemanha e Reino Unido. No total, 138 países respaldaram o novo status palestinos, nove votaram contra e 41 se abstiveram.

Na segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores europeus manifestaram “firme oposição” aos projetos israelenses de ampliar as colônias na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.

Na semana passada, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, esteve na República Tcheca e na Alemanha para advogar pela criação dos assentamentos, incluindo o E1, que dividirá a Cisjordânia e dificultará a formação de um Estado palestino contínuo.

Na quinta, Netanyahu disse estar decepcionado com Berlim e mencionou a dívida alemã com os judeus por causa do Holocausto como motivo para apoiar a posição de Israel.

“Esperávamos, pelo compromisso histórico com Israel e pelo peso do Holocausto, que a Alemanha votasse com um não rotundo nessa votação e que não se somasse ao abstencionismo minoritário na União Europeia”, disse.

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