Chanceler francês irá à Colômbia pela libertação de Betancourt

O chanceler francês, Bernard Kouchner, chegará à Colômbia nesta segunda-feira (28) para dar seqüência às negociações para a libertação da franco-colombiana Ingrid Betancourt, refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há seis anos.

O anúncio foi feito hoje pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe, à rádio FM e segundo ele, a informação foi fornecida pelo alto comissário para a Paz de seu governo, Luis Carlos Restrepo.

Uribe antecipou que reafirmará a Kouchner sua decisão de persistir em "operações militares" para "localizar" os reféns das Farc, além de manter "uma oferta de recompensas muito grande" que estimule os guerrilheiros a fornecer essa localização e a libertar seqüestrados.

Segundo o governo da Colômbia, depois de encontrar o local onde estão Betancourt e mais 38 seqüestrados políticos, cuja liberdade poderia ser "trocada" pela libertação de guerrilheiros presos, a zona será cercada e as autoridades solicitarão "ajuda internacional" para pressionar as Farc a entregar os reféns.

No entanto, tais operações militares são criticadas por familiares dos reféns e entidades humanitárias, que consideram-nas perigosas por colocar a vida dos seqüestrados em risco.

O presidente colombiano disse também que reiterará ao chanceler francês que França e Suíça são as únicas nações com permissão oficial para mediar o intercâmbio de reféns por guerrilheiros das Farc detidos. 

Em contrapartida, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, defende que a maior quantidade de governos envolva-se no conflito para alcançar uma solução humanitária.

Sarkozy insiste que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, retome a mediação, que realizou até novembro de 2007, quando foi suspensa pelo presidente colombiano por considerar que Chávez havia ultrapassado os limites acordados para sua intermediação.

Segundo Uribe, o acordo para a mediação do intercâmbio humanitário permitia que somente ele e o presidente venezuelano discutissem sobre os reféns, o que foi desobedecido por Chávez, que pediu informações diretamente ao chefe das Forças Armadas colombianas, general Mario Montoya.

O presidente venezuelano considerou que a decisão de Uribe foi uma desculpa para interromper a mediação porque não deseja um intercâmbio humanitário, nem uma solução pacífica para o conflito armado na Colômbia.

O conflito entre os dois chefes de Estado desencadeou uma crise diplomática entre seus governos, com trocas recíprocas de críticas e acusações.

Uribe disse que agora seu governo dirige com "cuidado" as relações com seus vizinhos, especialmente com a Venezuela, "para não voltar a criar riscos de efeitos nas relações internacionais".

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