Casal Kirchner reage e retoma iniciativa política

O casal Kirchner mostra que está retomando o protagonismo político na Argentina. O Senado aprovou ontem a prorrogação, por mais um ano, das “faculdades delegadas”, denominação dos poderes especiais que darão à presidente Cristina Kirchner a possibilidade de continuar aplicando um pacote de 1.900 leis sem necessidade da aprovação do Congresso. Entre as leis incluídas no pacote está a cobrança de impostos sobre as exportações de produtos agrícolas, pivô do conflito com os ruralistas em 2008.

A prorrogação foi aprovada por 38 votos a 30, depois de o governo barganhar com senadores da Terra do Fogo a aprovação de uma lei que eximirá a cobrança de impostos de produtos eletrônicos fabricados na pequena província. Na semana passada, Cristina havia conseguido aprovar a prorrogação das “faculdades delegadas” na Câmara de Deputados com o apoio de pequenos partidos de centro-esquerda.

Com o resultado de ontem, Cristina e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), mostraram ter se recuperado da dura derrota sofrida nas eleições parlamentares de junho – que vai tirar do kirchnerismo a maioria parlamentar a partir de dezembro, quando o novo Congresso Nacional toma posse. A votação era essencial na estratégia de curto prazo dos Kirchners. O objetivo de Cristina é ampliar seus poderes ao longo do segundo semestre, antes de perder a maioria parlamentar.

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