Carro-bomba mata oito e fere 17 no Afeganistão

Um carro-bomba explodiu nesta quarta-feira (26) em um mercado agrícola no distrito de Gereshk, no sul do Afeganistão, matando oito civis. O atentado ocorre um dia depois de o Taleban ter advertido, por meio de um comunicado, que usará novas técnicas e intensificará seus ataques durante a primavera boreal. Mohammad Hussein Andiwal, o chefe de polícia da província de Helmand, informou que o ataque em Gereshk também feriu 17 pessoas, inclusive cinco crianças.

Andiwal disse que não havia forças de segurança na área. Ele acusou o Taleban de usar civis como alvos para "criar medo na população". O grupo geralmente realiza ataques contra forças de segurança afegãs e internacionais. Mas este ano o Taleban aumentou as ações contra civis. Um comunicado divulgado na terça-feira (25), atribuído ao alto comandante do Taleban mulá Bradar, continha ameaças de mais ataques durante a primavera, utilizando novas técnicas. O texto também advertiu os afegãos que trabalham para o governo para deixarem seus postos, ou também correriam o risco de sofrer ataques.

Segundo o comunicado, o Taleban espera a queda do governo do presidente Hamid Karzai. O texto afirma que prosseguirão os ataques até o governo ser deposto e as forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se retirarem. Membros das forças dos EUA e da Otan rechaçaram a ameaça do Taleban. Segundo eles, a única ofensiva que ocorrerá no ano no país será das forças ocidentais e das tropas afegãs.

A violência tem geralmente aumentado durante os meses mais quentes da primavera e do verão, quando a neve derrete em vários pontos e a mobilidade fica maior no país. O último ano foi o mais violento desde 2001, quando a coalizão liderada pelos Estados Unidos invadiu o país. Mais de 8 mil pessoas foram mortas em 2007, incluindo 1.500 civis, de acordo com as Nações Unidas.

O Exército afegão, treinado e equipado pelos EUA e pela Otan, tem 63 mil homens, segundo um porta-voz da instituição, que qualificou a ameaça do Taleban como "propaganda". A comunidade internacional concordou em expandir esse exército para 80 mil homens, mas o porta-voz afirmou que seriam necessários 200 mil.

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