Uma caravana com mais de 3 mil imigrante rompeu uma cerca e cruzou uma ponte na fronteira da Guatemala com o México para entrar no território mexicano, nesta sexta-feira 19. Eles seguem rumo aos EUA, o que fez o presidente Donald Trump ameaçar com uma série de retaliações, que vão do fechamento da fronteira à suspensão do Nafta.

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No lado mexicano, eles foram recebidos por dezenas de policiais com escudos. Cerca de 50 imigrantes conseguiram abrir caminho antes que os policiais usassem spray de pimenta contra a multidão. Os portões foram fechados novamente.

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O chefe da polícia federal mexicana, Manelich Castilla, falando da cidade fronteiriça de Ciudad Hidalgo, disse que seus homens conseguiram impedir a invasão dos mais de 3 mil imigrantes. Ele afirmou que pessoas que não faziam parte da caravana atacaram a polícia com fogos de artifício e pedras.

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No Rio Suchiate, na divisa entre as cidades de Tecún Umán (Guatemala) e Ciudad Higaldo (México), alguns imigrantes utilizaram balsas improvisadas para escapar dos controles oficiais, enquanto outros tentavam cruzar a ponte em grupos.

Cristian, de 34 anos, técnico de telefonia celular de San Pedro Sula, disse que deixou Honduras porque membros de gangues exigiram pagamentos de proteção de US$ 83 por mês. Para ele, já era difícil sustentar seus quatro filhos com uma renda de US$ 450. Ele fechou sua pequena empresa e partiu.

“Quero ir aos Estados Unidos para contribuir com o país”, disse Cristian. “Para fazer qualquer tipo de trabalho. Até recolher lixo”.

Agentes da polícia e da imigração permitem que pequenos grupos de 10, 20, 30 pessoas passem pelos portões para solicitar o status de refugiados. Depois de registrar uma reclamação, eles são encaminhados a um abrigo para passar a noite.

Trump

A caravana da América Central que se formou no sul do México no fim de março também foi alvo da ira de Trump que, na quinta-feira, ameaçou acionar os militares e fechar a fronteira se o México não detiver a multidão. No entanto, ontem ele agradeceu o empenho do governo mexicano em conter a caravana, que foge da violência e da pobreza na região.

O grupo saiu no sábado da cidade de San Pedro Sula, no norte de Honduras, após uma convocação pelas redes sociais. Desde então, os povoados da Guatemala viram com assombro a passagem dos hondurenhos que marcham, até mesmo com bebês e pessoas em cadeiras de rodas. Muitos guatemaltecos se uniram ao grupo e outros ofereceram água, comida e abrigo.

Autoridades mexicanas disseram que aqueles com passaportes e vistos válidos, uma pequena minoria dos que tentam atravessar, seriam admitidos imediatamente.