Uma curiosa invenção agitou nesta segunda-feira, 26, a conservadora sociedade coreana. A empresa de lingeries Intarsia apresentou ao mercado uma coleção de calcinhas com cinto de castidade. Mas a prioridade, ao contrário dos artigos vendidos em sex shops, não é atiçar o fetiche nas relações sexuais, mas evitar estupros. O cinto possui um sistema de fios de metal e cadeados que procuram dificultar a ação do agressor.
Símbolo máximo da repressão sexual e do machismo medieval, o cinto de castidade era um contraceptivo metálico ajustado em torno da genitália feminina e trancado a chave -pelo marido ou pelo amante desconfiado e paranóico. Mais que um contraceptivo, um instrumento de tortura. Uns cobriam apenas a região da vagina, outros nem o ânus deixavam de fora. Na hora do aperto, as usuárias tinham de se aliviar através das frestas e orifícios disponíveis em pontos estratégicos, os quais eram mínimos, além de protegidos por lâminas ou hastes pontiagudas, para evitar o acesso de algum dedo mal-intencionado. Sem o amparo de esmerada higiene, transformava-se num foco de doenças.
E pensar que o uso do cinto podia se prolongar por meses a fio. Acredita-se que foi assim durante as Cruzadas. E hoje, será que a invenção vai dar certo?
Esta é a intenção dos criadores, alarmados com os índices de estupro nas grandes cidades. De acordo com a secretaria estadual de Segurança Pública, foram cometidos 111 estupros em Curitiba no ano passado, o que corresponde a 6,9 mulheres em cada mil. Mas o cinto de castidade “antiestupro” não é a única arma “estranha” contra o crime. Deputados brasileiros discutiram no início deste mês um projeto de lei polêmico que determinava pena de castração para os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, incluindo também pedofilia na internet.
Entre o projeto de lei e o cinto de castidade, o jeito é se proteger. Mas se a segunda opção for escolhida, é bom se preparar para reservar o dinheiro até o próximo mês. A calcinha com cinto de castidade entra no mercado com o preço de U$24,48 (cerca de R$70). (Fonte: RedeNews)