Bush anuncia venda de US$ 20 bilhões em armas a sauditas

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush anunciou nesta segunda-feira (14), em sua primeira visita à Arábia Saudita, um acordo bilionário de venda de armas àquele país, aliado crucial dos americanos no Oriente Médio. O pacote de US$ 20 bilhões também inclui a venda de armas aos Emirados Árabes Unidos e ao Kuwait. Segundo os EUA, o Irã é uma ameaça à estabilidade de toda a região. As conversações de Bush com o rei da Arábia Saudita, Abdullah, começaram no jantar de hoje e se prolongam pela noite. Ambos também deverão abordar na conversa o processo de paz entre Israel e os palestinos e a democracia na região.

Coincidindo com a visita do presidente dos EUA, a administração Bush notificou o Congresso hoje de que oferecerá à Arábia Saudita a chance de comprar equipamento militar sofisticado e de alta tecnologia – as chamadas "bombas inteligentes." A informação partiu do Departamento de Estado. A administração americana planeja vender aos sauditas 900 kits de bombas guiadas com precisão, avaliadas em US$ 123 milhões. Isso dará às forças armadas sauditas um alto grau de precisão em ataques. A venda das "bombas inteligentes" é apenas uma pequena parte do pacote de venda de armas à Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait, avaliado em US$ 20 bilhões, afirmam funcionários americanos.

O pacote de vendas de armas é uma parte importante na estratégia americana para aumentar as defesas das nações produtoras de petróleo do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, das ameaças da República Islâmica do Irã. A Arábia Saudita e os países do Golfo onde a maioria da população é islâmica sunita, nutrem profunda desconfiança do Irã, onde a maior parte da população é islâmica xiita e persa, ou seja, não fala árabe. Muitos governantes árabes acreditam que o Irã tenta virar uma potência regional. Israel tem dito que não se opõe ao pacote de venda de armas à Arábia. A maioria do Congresso deverá aprovar o pacote.

Bush teve um acolhida calorosa da parte do rei Abdullah. Ele passará a noite de hoje no rancho do monarca – uma rara distinção que reflete a hospitalidade de Bush quando Abdullah visitou os EUA. Em duas ocasiões, o monarca foi hóspede de Bush no rancho do presidente americano, em Crawford, Texas. A hospitalidade contrasta com a profunda impopularidade de Bush entre o povo saudita. Uma pesquisa recente conduzida na Arábia Saudita pelo Terror Free Tomorrow – instituto americano bipartidário, cujo objetivo é minar o apoio ao terrorismo no mundo inteiro – descobriu que apenas 12% dos sauditas têm visão positiva de Bush. A imagem de Bush é pior para os sauditas que a do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ou que a do líder terrorista da Al-Qaeda, Osama bin Laden. Muitos sauditas têm uma imagem mais positiva do Irã que dos Estados Unidos.

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