Brasil volta atrás e aprova sanções da ONU contra Irã

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que aprova a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que impõe sanções ao Irã por manter o seu programa nuclear. Em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, ressaltou que o governo brasileiro foi contra a resolução da ONU, mas por tradição decidiu apoiá-la. Amorim disse que a resolução não atinge diretamente o Brasil, nem as empresas brasileiras e setores como o agronegócio, que negociam com o Irã.

Segundo ele, as sanções não atingem a área de alimentos e nem empresas como a Petrobras. Com relação às sanções impostas unilateralmente pelos Estados Unidos e pela União Europeia, Amorim disse que o governo brasileiro não só se mantém contra, como não apoia, e que cabe a cada empresa que mantém negócios com o Irã decidir se deve seguir ou não essas sanções.

Na entrevista, Amorim voltou a criticar a posição dos Estados Unidos e da União Europeia que derrotaram a proposta brasileira de maior diálogo com o Irã no âmbito das Nações Unidas. “Não cremos que o isolamento contribua para uma solução. O isolamento só atinge a população pobre. Por isso votamos contra a resolução (EUA e UE)”, disse.

Amorim evitou polemizar sobre a decisão do governo do Irã de manter a sentença de morte para a iraniana Sakineh Ashtiani, condenada, a princípio, por adultério. Amorim disse que pessoalmente deixou claro para o governo iraniano, em conversa com o Ministério de Relações Exteriores, que a sentença de morte fere a sensibilidade do povo brasileiro. Por isso, disse, Lula fez a proposta de conceder o refúgio à iraniana.

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