Brasil verá primeiro eclipse do século e do milênio

Sombra da Terra na Lua provocará, ao vivo, que nosso planeta é redondo. Não há quem fique indiferente à imagem daquele círculo luminoso sendo invadido pela sombra da Terra até transformar-se numa pálida esfera colorida. Para acompanhar o fenômeno basta ficar acordado. Se não ocorrer chuvas ou o tempo não estiver encoberto, hoje será possível observar a olho nu um eclipse total da Lua. Ele poderá ser visto a partir das 23:02hs de qualquer ponto da cidade e não será necessário qualquer tipo de filtro para a observação, e nem tampouco instrumento astronômico, embora um binóculo ou telescópio proporcione uma melhor visão do fenômeno.

O eclipse entrará madrugada adentro, e terminará apenas às 02:17hs. do dia 16. O melhor horário para a observação do fenômeno ocorrerá entre as 00:13hs. e as 01:06hs., quando então a Lua estará totalmente encoberta pela sombra da Terra. Para este ano estão previstos quatro eclipses, sendo dois do Sol e dois da Lua. Outro eclipse lunar irá ocorrer no dia 8/9 de Novembro. O eclipse de hoje se dará depois do Perigeo lunar (ponto mais próximo à Terra) e nesse caso a Lua, estando a 357.458 km do nosso planeta, oferecerá um tamanho aparente um pouco maior. O eclipse ocorrerá com a Lua na constelação de Libra (Balança), e será visto por grande parte do continente americano, África, e parte da Europa.

Condições dos eclipses lunares

Os eclipse da Lua ocorrem sempre na Lua Cheia, e resulta do fato dela escurecer ao entrar no cone de sombra da Terra. Se o plano da órbita da Lua coincidisse com o plano da Eclíptica, um eclipse solar ocorreria a toda Lua Nova e um lunar a cada Lua Cheia. Contudo, como o plano da órbita lunar está inclinado 5,2°, a Lua precisa estar próxima da Linha dos Nodos para que um eclipse ocorra. Os mais longos eclipses ocorrem quando a Lua passa o mais próximo possível do eixo da sombra que a Terra projeta no espaço. Em 26 de julho de 1953 ocorreu o mais longo do século passado, com uma duração de 104 minutos. A seqüência dos eclipses se repete na mesma ordem a cada 18 anos, 11 dias e 8 horas, e é conhecido como Período de Saros, o qual remonta à Mesopotâmia, atual região do Iraque.

Coloração

Mesmo mergulhada na sombra da Terra, a Lua não desaparece graças à nossa atmosfera, que desvia a direção dos raios de luz que provém do Sol. Como os comprimentos de ondas mais longos, como o vermelho, atravessam a atmosfera com mais facilidade e sofrem um desvio maior, incidem mais sobre a Lua, e esta é a principal razão da tonalidade avermelhada assumida por nosso satélite. O avermelhamento poderá ser mais acentuado quanto maior for também a concentração de gases e poeira presentes na atmosfera provocados por atividade vulcânica em várias partes do planeta. A cor, portanto, que nosso satélite irá assumir está intrinsecamente ligada à este fator.

Observação – importância

A sombra da Terra na Lua irá avançar cerca de 3000 km/h e com isto algumas regiões estarão experimentando variações extremas de temperatura, podendo surgir o fenômeno de luminescência, ou seja, regiões brilhantes na Lua mesmo estando esta imersa na sombra de nosso planeta. Durante o dia, a Lua está sujeita a temperatura de 127°C e à noite -143°C! Alguns eclipses históricos revelaram a aceleração secular da Lua e a descoberta da desaceleração da Terra. Eles permitem também a datação de eventos históricos. Um eclipse lunar em 1° de Março de 1504 serviu para Cristóvão Colombo intimidar os índios e conseguir deles os alimentos que necessitava para seu retorno à Espanha. Os eclipses lunares oferecem oportunidade para a observação de cometas ou outros fenômenos invisíveis em função do brilho da Lua Cheia. Também permitem estimar o índice de poluição da atmosfera terrestre em razão da tonalidade assumida.

Para fotografar

O fenômeno pode ser fotografado usando-se películas à cores de 100 à 400 ASA, variando para isto o tempo de exposição de conformidade com o brilho da Lua nas diversas fases do eclipse. A melhor forma é realizar um ensaio na noite anterior variando o tempo de exposição, e registrando esses dados para uma posterior verificação. É necessário um tripé e um extensor para evitar vibrações. Quando a Lua estiver totalmente eclipsada, utilizar exposições de 1 à 30 segundos, dependendo da sensibilidade do filme empregado.

Onde observar

Por se tratar de um fenômeno astronômico de grande beleza, a primeira idéia que vem à cabeça da maioria das pessoas é procurar um observatório astronômico ou planetário para a observação do eclipse. Acontece que, ao contrário de outros fenômenos, os eclipses não necessitam de instrumentos especiais para serem vistos, bastando para isso olhar para o céu. Enquanto telescópios e lunetas de grandes observatórios possuem um pequeno campo de visão do céu, os eclipses necessitam de visão panorâmica, uma vez que todo o céu é afetado pela luz da Lua. Assim, a sugestão é de que as pessoas não de dirijam aos observatórios na hora do eclipse (salvo no caso de desejarem informações mais detalhadas sobre o fenômeno), afim de não tumultuar e prejudicar os trabalhos dos astrônomos. Alguns observatórios, inclusive, estarão com suas portas fechadas durante o evento, concentrando sua atenção no estudo e registro do eclipse. Aos que se interessarem pelo assunto, mas não puderem olhar para o céu hoje à noite, uma boa dica é observar o eclipse via Internet. O OMA ? Observatório Municipal de Americana/SP, estará transmitindo “ao vivo”, e em tempo real, o eclipse para todo o mundo através da rede mundial de computadores, com o apoio do provedor DGLNet e da empresa Horizon Serviços Digitais, ambos da cidade de Americana/SP.

O endereço da transmissão é

www.dgl.com.br/eclipse. Maiores informações podem ser adquiridas pelo e-mail oma@dglnet.com.br.

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