Porta-vozes do governo e das forças militares afirmaram ontem que helicópteros do Brasil estão na fronteira, à espera das coordenadas do local onde as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) vão libertar dois militares colombianos, um dos quais está em cativeiro há 12 anos.

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O alto comissário para a paz, Frank Pearl, disse aos jornalistas que, uma vez que for conhecido o lugar exato da entrega dos militares, vão se passar entre 24 e 36 horas até que as aeronaves se desloquem para o local e tenha início a operação de libertação.

“Isso quer dizer que uma vez recebida a informação (do local), em dois dias a operação será realizada, dependendo de quando chegue a informação. Esperamos que aconteça antes do final da semana”, disse o enviado, sem detalhar o número de naves brasileiras ou o lugar da fronteira onde se encontram.

O Brasil é o país garantidor que, como em libertações ocorridas no início de 2009, põe à disposição helicópteros nos quais delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha na Colômbia se deslocam para o local indicado, de forma reservada, pelos rebeldes das Farc.

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Como em libertações anteriores de reféns, a encarregada de dar a luz verde à operação e de dar aos pilotos brasileiros as coordenadas é a senadora Piedad Córdoba, do opositor Partido Liberal e que há anos tem trabalhado na libertação dos sequestrados em poder das Farc.

Na quinta-feira da semana passada, Córdoba disse que embora tenha as coordenadas, mantidas em segredo, ainda esperava que as Farc a avisasse sobre o dia exato da entrega. A senadora disse esperar receber esta informação nos próximos dias.

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Em comunicado divulgado na noite de ontem, o Comitê da Cruz Vermelha disse que as coordenadas do local e a hora da libertação serão entregues em um envelope lacrado “exclusivamente” aos pilotos do helicóptero brasileiro. Informou também que o comitê “não compartilhará esta informação com nenhuma outra pessoa ou instituição”.

 

Já o general Freddy Padilla, comandante das forças militares da Colômbia, afirmou que tão logo sejam recebidas as informações sobre o local da libertação, serão suspensas as operações militares no período compreendido entre 18 horas antes e 18 horas depois da entrega. A suspensão das operações é uma exigência das Farc como garantia de segurança para a retirada de seus membros que fazem a entrega de prisioneiros.

As Farc anunciaram em abril de 2009 que entregariam o cabo do Exército Pablo Emilio Moncayo, capturado pelos rebeldes em dezembro de 1997 após um ataque guerrilheiro a um posto militar no sudoeste do país. Em junho, os rebeldes informaram que também libertariam o soldado Josué Daniel Calvo Núñez, detido em abril de 2009. No início de março, as Farc disseram, em outro comunicado, que Calvo “continua doente e que é permanentemente carregado pelos guerrilheiros”, mas não deram detalhes sobre sua doença.