A Bolívia e a Organização dos Estados Americanos (OEA) concordaram nesta quarta-feira, 30, em realizar uma auditoria do resultado das eleições presidenciais vencidas em primeiro turno por Evo Morales, informou o ministro das Relações Exteriores, Diego Pary, detalhando que o processo deve começar nesta quinta-feira.

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“Concluímos o trabalho de coordenação, concluímos os acordos a serem assinados entre a Bolívia e a Organização dos Estados Americanos, para que a auditoria abrangente das eleições gerais de 20 de outubro possa ser realizada”, afirmou Pary em comunicado à imprensa em La Paz.

O ministro das Relações Exteriores acrescentou que a auditoria será “vinculante”, ou seja, sua conclusão deverá ser acatada pela oposição e pelo governo boliviano, e “poderá começar na quinta-feira, dia 31” após a chegada de cerca de 30 técnicos da agência multilateral.

A apuração da Organização Eleitoral Plurinacional (OEP) deu a vitória a Evo no primeiro turno com 47,08% dos votos contra 36,51% de seu oponente Carlos Mesa, por ter obtido uma vantagem de 10 pontos que, segundo a lei, define o vencedor sem necessidade de um segundo turno.

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Mas, de acordo com as alegações dos adversários, pode ter havido manipulação do sistema de contagem rápida da OEP, que inicialmente previa um segundo turno entre Evo e Mesa. Um segundo sistema oficial de contagem definitiva também apontou a reeleição a Evo, no poder desde 2006.

Protestos denunciando fraude se intensificaram, com a queima de centros eleitorais, greves e bloqueios enquanto a própria OEA, a União Europeia e os países da região recomendaram uma segunda votação para acabar com as tensões. La Paz negociou com a OEA em busca de ajuda para a questão.

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O opositor Mesa, um centrista que já foi presidente entre 2003 e 2005, disse na terça-feira que só aceitaria a auditoria “se (Evo) estivesse disposto a não aceitar o resultado do Supremo Tribunal Eleitoral”. (Com agências internacionais)