Bolívia decide processar “Veja” após ministro ser acusado por tráfico

O governo da Bolívia anunciou hoje que processará a revista brasileira “Veja” por injúria e difamação após a publicação acusar o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, de envolvimento com um traficante de drogas brasileiro.

“O governo anunciou a sua decisão de processar a revista “Veja” para que prove as afirmações contidas em um artigo que consideramos infamantes contra autoridades do governo”, afirmou a ministra de Comunicação, Amanda Dávila, segundo o portal de notícias governamental.

Dávila atribuiu a reportagem a uma campanha “de um partido conservador brasileiro” a favor do senador Roger Pinto, que está abrigado na embaixada do Brasil em La Paz desde 29 de maio e teve o asilo político concedido por Brasília após alegar perseguição política pelo governo de Evo Morales.

A nota da “Veja”, publicada na edição desta semana da revista com o título de “A República da Cocaína”, relaciona Quintana, cujo cargo é similar ao ministro-chefe da Casa Civil no Brasil, ao traficante de drogas brasileiro Maximiliano Dorado Munhoz Filho.

Segundo a revista, o ministro e a diretora da Agência para o Desenvolvimento de Macrorregiões e Regiões Fronteiriças Amazônicas, Jessica Jordan, se reuniram com Dorado, em sua casa na cidade de Santa Cruz de La Sierra antes que o criminoso fosse preso no Brasil.

A reportagem diz que os funcionários entraram na casa “com as mãos vazias” e saíram com duas maletas. A revista atribui a informação a supostos informes da polícia boliviana que teria sido dada por pessoas do governista Movimento ao Socialismo (MAS) aparentemente desiludidos pela distorção do processo político.

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