Berlusconi diz que concorrerá a primárias, mas estuda criar novo partido

O ex-primeiro ministro da Itália Silvio Berlusconi, 76, disse hoje que concorrerá às primárias de seu partido, mas fontes afirmam que ele considera criar um novo partido político, o que muda a expectativa de sua aposentadoria política.

No início do ano, o ex-chefe de governo disse que deixaria a política, mas em outubro sinalizou que se sentia obrigado a continuar na política para proteger outros italianos do que chamou de injustiças judiciárias.

A declaração foi feita dias após a condenação a quatro anos de prisão por fraude fiscal na compra de filmes no chamado caso Mediaset, de compra de filmes com preços superfaturados.

Em entrevista à emissora Canale 5, ele disse que concorrerá às primárias do seu partido, o Povo da Liberdade, mas fontes consultadas por jornais italianos dizem que ele poderia retomar o Forza Italia, dissolvido em 2008.

Sobre a situação do país, defendeu o atual primeiro-ministro Mario Monti, mas disse que é necessária uma reforma geral na Constituição.

“Nós precisamos mudar tudo, abrir os olhos para o que está acontecendo na Itália. Estou refletindo sobre o que pode ser a receita de uma revolução liberal, que foi prometida a mim como sendo de boa fé, mas ela não pode ser concretizada devido à arquitetura institucional que impede qualquer mudança”.

A primária do Povo da Liberdade acontece no próximo fim de semana e decidirá o candidato a disputar a sucessão de Monti. Caso Berlusconi anuncie a criação de um novo partido, seu nome surge como um possível adversário ao postulante governista.

Berlusconi foi primeiro-ministro em quatro períodos, sendo o último entre 2008 e 2011. Ele saiu do cargo em meio à crise financeira do país e respondendo a quatro processos judiciais. O mais conhecido é o de abuso sexual nas chamadas festas “bunga bunga”.

Voltar ao topo