Barak pressiona mais Olmert e ameaça deixar coalizão governista

O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, afirmou nesta quinta-feira (12) que seu Partido Trabalhista apresentaria uma moção para dissolver o Parlamento ainda este mês. Com isso, Barak aumenta a pressão sobre o Partido Kadima para substituir o primeiro-ministro Ehud Olmert, suspeito em um escândalo de corrupção.

Barak já havia ameaçado derrubar o governo caso Olmert não se afastasse. Mas desta vez estabeleceu uma data para enviar a proposta ao Parlamento – dia 25 deste mês.

"Nós preferimos estabilidade governamental a eleições", disse Barak ao próprio partido nesta quinta-feira. "Mas da forma como estão as coisas agora, nós vamos nos unir a – na verdade, liderar – uma proposta para dissolver o Parlamento em 25 de junho".

A polícia israelense investiga centenas de milhares de dólares em doações dadas a Olmert durante anos, antes de ele assumir o cargo de primeiro-ministro, em 2006. Olmert negou qualquer ilegalidade e prometeu renunciar caso seja indiciado.

Contudo, o político sofre pressão para renunciar desde que o empresário norte-americano Morris Talansky confessou ter enviado envelopes com mais de US$ 150 mil (R$ 247,5 mil) em dinheiro para Olmert. Segundo Talansky, parte do valor foi usado para bancar os gostos extravagantes do primeiro-ministro – o empresário dos EUA, porém, garantiu que nunca recebeu contrapartida pelas doações.

O Partido Trabalhista é o principal parceiro do Kadima na coalizão que governa o país. Sem o partido de Barak, o governo perderia a maioria parlamentar.

As eleições inicialmente estão previstas para 2010. Barak já afirmou que permanecerá no governo se Olmert for substituído por outro nome do Kadima.

Qualquer moção para dissolver o Parlamento deve ser aprovada três vezes na própria Casa.

Pesquisas indicam que, no momento, o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, membro do oposicionista Likud, venceria uma possível eleição nacional. O Likud é contrário a amplas concessões territoriais para se alcançar um acordo de paz com os palestinos. Outro nome forte no país é o da atual ministra de Relações Exteriores, Tzipi Livni, do Kadima.

Voltar ao topo