Bahrein vai investigar abusos durante repressão

O rei do Bahrein, Hamad bin Isa al Khalifa, afirmou hoje que uma comissão independente investigará as acusações de que os direitos dos manifestantes foram violados durante a violenta repressão a protestos contra o governo. O anúncio é feito no momento em que o comando sunita deseja abrir conversas de reconciliação com a oposição liderada pelos xiitas, meses após o regime reprimir uma campanha de protestos por mais liberdades.

Alguns suspeitam que o decreto real será usado apenas para justificar o comportamento das lideranças do país e permitirá que eles continuem a reprimir os partidários da oposição, apesar das críticas de governos ocidentais e de grupos de defesa dos direitos humanos.

No sábado, o rei pediu um diálogo com outros grupos, mas teve recepção moderada da oposição. Os líderes do principal partido xiita, Al Wefaq, ainda não decidiram se participarão das conversas. Em seu discurso, o rei disse que o Bahrein está comprometido a realizar reformas, respeitando os direitos humanos. Porém ele acusou os manifestantes de empurrarem o país para um “estado de caos” com suas marchas pelas ruas e outros protestos mais cedo neste ano.

Khalifa garantiu que o governo não interferirá no trabalho da comissão que investigará os “eventos desafortunados” ocorridos em fevereiro e março. A comissão será “completamente independente e formada por especialistas internacionais”. As conclusões da equipe serão reveladas em um relatório em 30 de outubro. Pelo menos 31 pessoas morreram desde fevereiro, quando a maioria xiita começou uma campanha pelo fim do domínio da minoria sunita no poder. Quatro pessoas morreram enquanto estavam presas.

Centenas de oposicionistas xiitas, além de médicos e advogados, foram presos durante a repressão ou demitidos de empregos públicos. Quase 50 médicos e enfermeiras que trataram manifestantes doentes foram acusados de crimes contra o Estado e estão sendo julgados. O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou várias vezes os abusos das autoridades do Bahrein. As informações são da Associated Press.

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