Bactéria não está restrita aos gays, afirmam cientistas

Em poucos dias, o tema transformou-se, de uma notícia do dia, em uma grande polêmica. Na segunda-feira retrasada, pesquisadores reunidos pela Universidade da Califórnia em São Francisco anunciaram que homens homossexuais eram "muitas vezes mais vulneráveis" que outras pessoas à contaminação por um novo tipo de bactéria resistente, virulenta e com potencial para matar. Mas, dois dias depois, o Centro de Controle de Doenças e Prevenção, em Atlanta, que financiou a pesquisa, afirmou que a infecção não é sexualmente transmissível, nem está restrita a grupos específicos.

O estudo, publicado na revista Anais de Medicina Interna, foi amplamente divulgado pela imprensa. Um tablóide britânico apelidou a bactéria, conhecida como MRSA (sigla em inglês para Staphylococcus aureus resistente à meticilina) USA300, de "novo HIV". Para os homossexuais na vizinhança de Castro, bairro de São Francisco, o estudo trouxe de volta um injusto e familiar estigma sobre sua sexualidade.

O relatório municiou grupos antigays, que saíram a público para dizer que a conduta homossexual "não é saudável" e abre caminho para "doenças quase sempre mortais". A polêmica chegou a tal ponto que, na sexta-feira, a universidade divulgou um pedido de desculpa, dizendo que a publicação "continha informações que poderiam ser mal interpretadas". "Deploramos a associação negativa de populações específicas com infecções por MRSA." A contaminação da bateria se dá por contato, informaram cientistas em nota, e é bastante disseminada em hospitais e entre quem trabalha neles.

Voltar ao topo