Autora de foto polêmica acusa museu holandês de censura

Bruxelas – A fotógrafa iraniana Sooreh Hera classificou como um ato de "censura" a decisão do Museu Municipal de Haia, na Holanda, de retirar de uma mostra algumas de suas fotografias nas quais aparecem dois gays vestindo máscaras que representam o profeta Maomé e seu genro, Ali.

A fotógrafa iraniana revelou que, após o episódio de censura, está avaliando a possibilidade de retirar da exposição todas as suas obras.

"Os muçulmanos ameaçaram o museu, mesmo a administração não querendo admitir que esta foi a causa da decisão tomada. A única conclusão que posso tirar deste episódio é que Alá é muito potente na Holanda", acrescentou Sooreh.

O comentário da fotógrafa ocorreu após um porta-voz do museu ter negado que a decisão tomada pela direção tenha sido influenciada pelas ameaças feitas por extremistas islâmicos.

Segundo o porta-voz, a retirada das fotos ocorreu devido ao fato de que "alguns setores sociais a julgaram ofensivas".

Na última sexta-feira, o diretor do museu, Van Krimpen, divulgou a escolha de por as fotos na mostra ressaltando sua "independência de qualquer critério político" e de não haver "possíveis riscos à segurança".

Krimpen, no entanto, mudou de idéia no fim de semana e decidiu retirar as fotos "comprometedoras".

Na discussão entraram também os representantes do Partido Socialista (SP) que pedem que as fotos sejam expostas a partir de 15 de dezembro.

Em particular, o conselheiro socialista, Hiek van Driel, pediu para examinar com o diretor do museu quais condições de segurança deveriam ser satisfeitas para poder expor as fotos.

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