Aumenta obesidade entre crianças de Fukushima

O medo dos possíveis efeitos da radiação tornaram as crianças de Fukushima as mais obesas do Japão, segundo um estudo divulgado pelo governo.

Segundo informações do jornal britânico “The Guardian”, o Ministério da Educação descobriu que crianças de Fukuhsima entre quatro e nove anos e também adolescentes entre 14 e 17 anos lideram o ranking de obesidade do país.

O documento define como obesas as crianças com pelo menos 20% a mais do que o peso considerado normal para a idade.
O estudo foi divulgado quase dois anos após o acidente nuclear em Fukushima e liga a obesidade à falta de exercícios físicos, somada à preocupação de pais e professores sobre os possíveis efeitos que a exposição a radiação, ainda que em níveis baixos, possa causar à saúde.

Foram utilizados dados de quase 700 mil crianças e jovens de todo o Japão, com idades entre cinco e 17 anos. A amostra representa aproximadamente 5% dos japoneses nessa faixa etária.

Acidente

O desastre, ocorrido em março de 2011, foi causado por um tremor de magnitude nove que provocou um tsunami que destruiu várias cidades japonesas.

Dois dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima foram atingidos por ondas gigantes e o vazamento de material radioativo foi o pior acidente nuclear após a explosão de Tchernobil, em 1986.

Restrições

Após o desastre, que forçou a evacuação de mais de 150 ml pessoas, as escolas de toda a região impuseram restrições sobre atividades ao ar livre.

Depois do acidente, 449 escolas públicas estabeleceram limites sobre o tempo que as crianças poderiam passar em ambientes externos. Em setembro deste ano, as restrições ainda vigoravam em 71 instituições de ensino.

A tendência de obesidade foi mais acentuada entre crianças mais novas. As taxas de obesidade entre os meninos de seis anos, por exemplo, subiram de 6,3% em 2010 para 11,4% este ano. O índice entre meninas na faixa etária dos oito anos praticamente dobrou no mesmo período, para 14,6%.

Segundo a Prefeitura de Fukushima e o Conselho de Educação, os resultados refletem “o estresse causado pelas restrições às atividades ao ar livre e as mudanças de vida e de ambiente no processo de evacuação”.

Tradicionalmente, as crianças da região de Tohoku, no nordeste do Japão, são as com maior índice de obesidade, por causa dos invernos rigorosos da região, que forçam seus habitantes a permanecerem longos períodos dentro de casa.
Fukushima e outras duas localidades atingidas pelo tsunami não foram incluídas na pesquisa de 2011.

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