Ataques em mercado matam ao menos 30 na Somália

Morteiros lançados sobre um mercado na capital da Somália, Mogadiscio, mataram até 30 pessoas. Um hospital da região recebeu dezenas de feridos, no pior incidente na cidade nos últimos meses, segundo testemunhas. Os ataques – violentos mesmo para o país no Chifre da África – ocorrem em meio a uma campanha de insurgentes islâmicos para derrubar o governo e ganhar força. O governo, que não consegue controlar de fato o país desde sua instauração, em 2004, não comentou os ataques.

Pelo menos 60 pessoas ficaram feridas, incluindo nove crianças. Elas foram levadas para o Hospital Medina, também na capital, segundo o médico Dahir Dhere. O incidente começou quando insurgentes islâmicos lançaram morteiros no principal aeroporto de Mogadiscio e no palácio presidencial. Pouco depois, as forças do governo e seus aliados etíopes retaliaram com morteiros e tiros de metralhadoras.

Ligados à rede terrorista Al-Qaeda, os militantes islâmicos lutam contra o governo e as tropas etíopes pelo controle da capital desde que foram expulsos da área, em dezembro de 2006. Contudo, o governo não consegue fornecer os serviços básicos à população, foi acusado de corrupção e sofre ataques diários dos rebeldes. Milhares de civis morreram nos confrontos e centenas de milhares deixaram Mogadiscio, piorando a crise humanitária vivida pelo país. A Somália não tem um governo de fato desde 1991, quando o ditador Siad Barre foi derrubado. Desde então senhores da guerra lutam pelo controle do território.