Pelo segundo dia consecutivo, ataques de artilharia atingiram nesta segunda-feira (2) um hospital lotado e deixaram pelo menos 11 pessoas mortas no norte do Sri Lanka, uma zona de conflitos entre as forças do governo e rebeldes, segundo a Cruz Vermelha. Os conflitos ocorrem na área de Puthukkudiyiruppu. Nove das vítimas morreram domingo (1º) e as outras duas, nesta segunda.
Os ataques no hospital geram preocupação sobre o destino de cerca de 250 mil civis presos na área de confrontos entre as forças oficiais e o Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelan (LTTE). O Exército do Sri Lanka argumenta que está perto de destruir os rebeldes e encerrar uma das mais longas guerras civis do mundo.
Os dados sobre os confrontos são em geral conflitantes e não podem ser verificados por fontes independentes. O LTTE afirmou que matou 150 soldados e feriu outros 300 desde o domingo. O Exército nega ter perdido qualquer homem. “Isso não é verdade”, afirmou um porta-voz militar, o brigadeiro Udaya Nanayakkara. “Houve pequenos confrontos, mas não sofremos nenhuma baixa.”
Não estava claro quem realizou os disparos. Um graduado funcionário do setor de saúde da área, o médico Thurairajah Varatharajah, disse que aparentemente o Exército nacional realizou o ataque. Segundo o médico houve sérios danos ao hospital lotado, uma das únicas instituições de saúde em funcionamento dentro do território mantido pelos rebeldes. O porta-voz militar negou relação das Forças Armadas com o fato, atribuindo a culpa ao LTTE.
Os rebeldes lutam desde 1983 por um território independente para a minoria tâmil, no norte de leste do país. Essa minoria sofre há décadas com a marginalização dos governos controlados pela maioria cingalesa. Mais de 70 mil pessoas foram mortas na guerra civil.


