O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elevou o salário mínimo no país em 40% nesta quinta-feira, um dia antes da greve geral convocada pelos oposicionistas, que pedem a convocação de um referendo revogatório. É a quarta vez neste ano que Maduro aumenta os salários.

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“Em que outra parte do mundo os trabalhadores têm tantos aumentos de salário? Nenhum outro lugar”, exaltou Maduro em pronunciamento na TV estatal.

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A partir de segunda-feira, os trabalhadores formais vão receber 90 mil bolívares por mês, nos quais estão inclusos o salário e um auxílio alimentação. Além disso, Maduro afirmou que também vai começar a pagar bônus de Natal.

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O novo salário equivale, no mercado negro, a apenas US$ 70 e cobre só um quarto dos gastos mensais que uma família tem com alimentação e produtos básicos, de acordo com o instituto de pesquisa sobre trabalho Cendas.

Segundo Maduro, o governo elevou o salário mínimo em 454% neste ano, o que seria, de acordo com ele, “muito, muito, mas muito menos que a inflação”. Apesar do governo venezuelano ter parado de publicar os números de inflação há quase dois anos, o próprio orçamento de Maduro para 2017 prevê um aumento anual de 477% nos preços. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) vê a inflação da Venezuela acelerando para 1.600% no ano que vem.

“Não há nenhum país no mundo que consegue elevar salários em 40% de um dia para o outro sem impulsionar a inflação”, afirmou Angel García Banchs, da consultoria Econométrica. Ele disse, ainda, que o novo salário também levará a mais demissões e a fechamentos de empresas na Venezuela.

Para amanhã, o secretário-executivo do partido Mesa da Unidade Democrática (MUD) da Venezuela, Jesus Torrealba Chuo, convocou uma greve geral, numa nova tentativa de pressionar Maduro a convocar um referendo revogatório. Fonte: Dow Jones Newswires.