Desgastado pela crise com o setor agropecuário, inflação em alta e mudanças no Ministério da Economia, o governo argentino de Cristina Fernández de Kirchner corre contra o relógio para tentar chegar a um acordo com os produtores rurais. A trégua dada pelo setor termina na sexta-feira (02) e se até lá não houver um acordo para os problemas do leite, trigo, carne e impostos, os ruralistas vão ao locaute novamente. Ontem à noite, o chefe de Gabinete da Presidência, Alberto Fernández, reuniu-se com os quatro representantes das entidades, longe das dependências do governo.

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Em um hotel no centro de Buenos Aires, Fernández discutiu com Mario Llambías (Confederações Rurais), Luciano Miguens (Sociedade Rural), Eduardo Buzzi (Federação Agrária) e Fernando Gioino (Coninagro, das cooperativas) a proposta de fixar um limite para as chamadas retenções (imposto sobre as exportações) que desde o dia 11 de março são móveis. A medida do ex-ministro da Economia Martín Lousteau, que provocou a ira do campo, foi justamente a que impôs as retenções móveis, cuja alíquota para exportação de grãos varia de acordo com o preço internacional dos cereais. Pelo esquema, a soja e o girassol, por exemplo, poderiam pagar até 95% de imposto.

Uma das principais reivindicações do setor é eliminar as retenções móveis e que a alíquota volte a ser fixa. Quando a medida foi anunciada, os produtores pagavam 35% de imposto para exportar a soja. As negociações estão sendo encaminhadas em sigilo e por isso a reunião foi realizada fora da Casa Rosada (sede do governo). Hoje, ambos os lados vão se reunir novamente.

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