As nações árabes apoiaram hoje a recusa do presidente palestino, Mahmoud Abbas, em reiniciar imediatamente as negociações diretas de paz com Israel, apesar de uma forte pressão dos Estados Unidos.

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Os ministros de relações exteriores dos países árabes endossam a ideia de negociações diretas, disse o primeiro-ministro do Qatar, o xeque Hamad bin Jassem Al Thani, mas deixam a decisão para Abbas, que mostrou uma série de condições para isso.

Os EUA e a União Europeia têm pressionado um relutante Abbas para que ele volte às negociações diretas com Israel, que foram rompidas em 2008. “Nós não discutimos quando e como as negociações diretas serão retomadas, isso é uma questão para o lado palestino decidir”, disse Al Thani.

Os chanceleres dos países árabes também enviaram uma carta ao presidente dos EUA, Barack Obama, explicando a posição das nações a respeito das negociações com Israel e as condições necessárias para que esse diálogo ocorra.

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Al Thani disse que originalmente os ministros eram contra as negociações diretas, mas como a situação no Oriente Médio se agravou, eles estão dispostos a fazer uma tentativa. “Nós temos confiança na América e no presidente Obama para alcançar a paz, mas a questão é se ela pode ser alcançada”, disse Al Thani, expressando dúvidas de que isso seja possível sob a administração do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Antes disso, o presidente palestino disse que precisa ver progresso nas negociações indiretas, que acontecem desde maio sob a mediação dos EUA, especialmente na questão das futuras fronteiras de um Estado palestino. Abbas também pediu para que os israelenses interrompessem a construção nos assentamentos.

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Netanyahu, que apelou por negociações diretas, recusa-se a um cronograma para o processo. O primeiro-ministro de Israel aceitou a ideia de um Estado palestino sob determinadas condições, mas descartou a desistência do controle israelense de Jerusalém Oriental, a qual os palestinos querem como capital do seu futuro Estado.

Invasão

Colonos judeus invadiram na madrugada de hoje um prédio na parte muçulmana da cidade velha de Jerusalém e expulsaram dezenas de moradores palestinos, informou a polícia israelense. A invasão levou a um protesto verbal do principal representante da Organização das Nações Unidas (ONU) na região.

Mais de duas dezenas de integrantes do grupo religioso sionista Ateret Cohanim invadiram o imóvel construído no espaço muçulmano da cidade, contou Nasser Quirresh, um dos moradores expulsos. Segundo ele, mais de 90 familiares e agregados seus moravam no lugar, situado a poucos metros dos principais santuários de Jerusalém – a Mesquita de Al-Aqsa e o Muro das Lamentações. Quirresh relatou que sua família alugava o imóvel havia 60 anos e disse que o proprietário vive no exterior.