Após suicídios, bancos suspendem despejos de endividados

Atendendo a um pedido do governo de Mariano Rajoy, os bancos espanhóis decidiram hoje suspender por dois anos os despejos de proprietários endividados. A determinação é feita após uma série de suicídios de moradores que foram obrigados a sair de suas casas.

Em comunicado, a Associação Espanhola de Bancos diz que a medida foi tomada “por razões humanitárias e no marco de sua política de responsabilidade social” e será aplicada a “circunstâncias de extrema necessidade”, que não descritas pelo documento.

“O conteúdo deste compromisso foi objeto de um debate intenso e profundo dos bancos associados a fim de contribuir para minimizar a situação de desamparo de muitas pessoas por causa da crise econômica”, disse.

No entanto, a medida não terá caráter retroativo, não sendo válida para processos de despejo que já estão em execução.
A entidade também se colocou à disposição para conceder informações ao governo e à oposição sobre a ordenação do mercado de financiamento imobiliário.

Suicídios

A mudança no comportamento dos bancos foi motivada por uma série de suicídios e tentativas de suicídios de moradores de casas que receberam uma ordem de despejo por não terem pago as hipotecas.

O último caso foi o de uma mulher de 53 anos, moradora de Barakaldo, no País Basco, que se jogou do segundo andar de seu prédio, na última sexta. Cerca de 400 mil espanhóis perderam suas casas desde o início da crise, em 2008.

Após a morte da mulher, que militava no Partido Socialista, a oposição começou a pressionar pelo governo de Mariano Rajoy, que convocou uma reunião nesta segunda no Parlamento para acertar uma medida para evitar os desalojamentos.

No fim de semana, os espanhóis endureceram o coro contra os despejos, incluindo protestos dentro de jogos de futebol. Ontem, a torcida do Rayo Vallecano, time da periferia de Madri, levou uma faixa que dizia:

“Estes não são suicídios, são assassinatos. Os bancos e os políticos são cúmplices. Parem os despejos!”.

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