Após atentados, brasileiros relatam situação em Mumbai

A cidade indiana de Mumbai estava sitiada na quinta-feira (27). A população foi orientada a não sair às ruas e o comércio, os bancos, a Bolsa de Valores, as estações de trem e as escolas permaneceram fechados, relatam brasileiros que vivem na cidade. “Os indianos costumam falar que ninguém consegue parar Mumbai. Nem mesmo os atentados a trens de 2006 conseguiram isso. Agora, a cidade está parada”, disse o vice-cônsul do Brasil em Mumbai, Chateaubriand Chapot Bezerra Neto. Com quase 20 milhões de habitantes, a cidade é o centro financeiro da Índia e a sede de Bollywood, a indústria cinematográfica que mais produz filmes no mundo.

Os atentados que tiveram início na noite de quarta-feira se concentraram na região sul de Mumbai, onde ficam as principais atrações turísticas, a maior Bolsa de Valores do país, a sede do Banco Central e os hotéis cinco-estrelas. “Essa região é muito freqüentada por turistas e estrangeiros que vivem na cidade”, diz a brasileira Elizabeth Kobara, que mora em Mumbai desde 2006 e há duas semanas jantou no Hotel Oberoi, um dos alvos dos atentados.

Pouco antes das 23 horas de quarta, a brasileira ouviu dois fortes estrondos e foi à janela, pensando que se tratava de trovões. O céu, porém, estava limpo. Ela só soube que o barulho era de bombas quando o marido ligou para casa.

A estudante Lara Sessak, que realiza intercâmbio em Mumbai, também soube do atentado pelo telefone, quando um amigo ligou do Brasil para saber se ela estava bem. Logo depois, dois colegas indianos também telefonaram, preocupados com o fato de a brasileira viver em Vile Parle, onde um carro-bomba explodiu. A mãe da jovem ligou às 4 horas. “É muito estranho. No Brasil, a gente só vê isso pela TV”, afirmou Lara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.