Apesar de comemoração do Ramadã, violência continua na Síria

Os choques entre civis e o governo sírio continuaram hoje, apesar da comemoração do Ramadã e a contagem regressiva para o fim da missão de observadores da ONU no país, prevista para às 18h (horário de Brasília) de hoje, após o fracasso do plano de paz impulsionado pelo mediador Kofi Annan.

O Conselho de Segurança da ONU decidiu liquidar a Missão de Observação das Nações Unidas na Síria (UNSMIS) na última quinta após considerar que não conseguiu alcançar seus objetivos: reduzir a violência no país e fazer com que cessasse o uso de armamento pesado no conflito.

O experiente diplomata argelino Lakhdar Brahimi será o novo encarregado de mediar uma suposta negociação entre as partes, enquanto a comunidade internacional segue dividida, já que não encontra uma posição em comum sobre o caminho para acabar com quase um ano e meio de violência.

Confrontos

Neste domingo, apesar do feriado religioso, os confrontos entre as forças governamentais e os rebeldes voltaram a castigar distintas províncias sírias, principalmente as de Damasco, Aleppo e Deraa, enquanto os observadores internacionais se preparavam para deixar o país.

O grupo opositor Comissão Geral de Revolução Síria (CGRS) assegurou em comunicado que as forças governamentais bombardearam com helicópteros a cidade de Al Guta al Sharquiya, situada nos subúrbios de Damasco, e também atacaram com tanques a cidade de Alama, em Deraa, além dos bairros da parte antiga da cidade de Homs.

Os Comitês de Coordenação Local também denunciaram a execução de 14 pessoas em Harak, na província de Deraa, pelas mãos das forças do regime. Segundo a mesma fonte, as vitimas eram todas prisioneiras.

O ativista Omar Hamza explicou que esses confrontos explodiram quando as forças do regime tentaram invadir os bairros de Al Qadam e Al Asali, na capital síria.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 37 civis morreram hoje pela repressão em diferentes províncias sírias, 12 deles em Deraa.

A fonte acrescentou que outros 16 membros das forças governamentais morreram nos confrontos com os combatentes rebeldes do Exército Livre da Síria (ELS) nas províncias de Deir ez Zor, Deraa, Aleppo e nos subúrbios de Damasco.