A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou nesta segunda-feira que as ações militares tomadas na Síria durante o fim de semana foram o último recurso, visto que a opção diplomática não iria funcionar. Na noite de sexta-feira, uma força-tarefa formada por Reino Unido, EUA e França bombardearam a Síria, em resposta a um suposto ataque químico que teria deixado mais de 70 mortos há duas semanas.

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Em discurso no Parlamento, May citou exemplos de tentativas de resolver os conflitos na Síria por meio de negociações e disse que o regime de Bashar al-Assad não cumpriu a promessa de acabar com as armas químicas. “Tivemos que intervir rápido. Exploramos todas as opções diplomáticas”, disse a premiê.

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Ela detalhou, ainda, que os ataques foram direcionados a centros nos quais o regime sírio produz e estoca armas químicas. “Foi feita uma análise científica cuidadosa para minimizar os riscos. Não fizemos o ataque porque Trump pediu. Fizemos porque era a coisa certa”, ressaltou.

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May também reforçou que é de interesse nacional coibir o uso de armas químicas, citando o envenenamento do ex-agente duplo Sergei Skripal em solo britânico, ocorrido no começo de março. “Não podemos voltar a um mundo onde o uso de armas químicas seja normal”, disse.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, criticou o fato dos ataques terem sido conduzidos sem discussão no Parlamento e disse que eles são “legalmente questionáveis”.

Na noite de sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou um bombardeio de precisão a alvos da Síria, uma semana depois de relatos de ONGs da Síria de que um ataque químico a civis na cidade de Douma, reduto rebelde próximo de Damasco, havia sido conduzido pelo regime de Assad. O governo sírio nega envolvimento. (Flavia Alemi – flavia.alemi@estadao.com)