Acidentes do espírito

Muitos são os obstáculos representados pelas tentações e vícios, que mutilam nossos espíritos, sobrecarregando-os de defeitos, ocasionados ainda mais pela facilidade com que nos entregamos a essas perturbações pela nossa displicência.

Em todos os instantes, nossos olhos deparam com situações de causar mal estar e fazer-nos refletir melhor sobre a responsabilidade que assumimos quando também falimos.

Deveremos sim, compadecer-nos dos caídos nesses desastres da moral, que mutilam nossos corpos e principalmente os espíritos. Nestes últimos, então, as lesões dolorosas estão ocultas. Os enfermos da alma penam mais do que toda dor e sofrimento que estremecem os corpos. Eles corroem lentamente, como o fogo ardente e incessante do ajuste, as nossas mais íntimas sensibilidades. Isto, quando temos em esta alma ainda que ferida, dotada das virtudes de sentir, pesar toda falta e pelo arrependimento procurarmos a solução para tanto transtorno.

Tantos distúrbios, embora aparentemente incontroláveis, podem levar-nos até revoltas incompreensíveis, uma vez que se somos os construtores da nossa atual derrocada, nada mais justo do que assumirmos o dolo, como sendo só nosso e que cabe somente a nós a solução do problema. Assim deveremos pensar e agir. O contrário só nos acarretará, no futuro, promissórias ainda maiores. Enquanto não compreendermos isto assim, não estaremos dando um mísero passo sequer, no sentido da nossa evolução espiritual.

Todo percalço não provém de Deus. É sim, daquele que o comete em momentos de irreflexão. Porém acreditamos que só chega a entender os problemas todo aquele que compreender bem a origem de tudo. O valor das experiências está no fato de se ter podido vivenciar e aproveitar todas as lições que a vida nos ofereceu. Aí, veremos que nem tudo são glórias e que a aflição e a angústia tocaiam sempre aqueles que se comprazem em persistir no erro. Toda enfermidade e toda lágrima ardente virá para alertar-nos do caminho pernicioso que percorremos.

Em todo processo de reajuste, temos que levar em conta que não somos só nós os beneficiados, nosso exemplo servirá para tantos que igualmente curtem penosas peregrinações. Isto se torna pois merecimento, do qual poderemos nos servir mais tarde.

Não vamos contentar-nos em ser permanentemente acidentados do espírito, uma vez que as chances que o Pai nos dá são infinitas. O retorno é difícil? Sim, tanto quanto foi penoso assistir de perto nossa caída, sem termos tido forças para impedir tal catástrofe. Se nem tudo está perdido, porque temos um Pai, justo, bom e paciente, abusemos um pouco mais da sua tolerância, para encontrarmos a felicidade.

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