Mulheres dariam cobertura à fuga de presídio em Ponta Grossa

A irmã e a namorada dos gêmeos Marcos e Márcio Lopes Ferreira, apontados como líderes do motim, após a tentativa de fuga do minipresídio Hildebrando de Souza, na manhã desta quarta-feira (17), em Ponta Grossa, são acusadas de tentar dar cobertura à ação dos detentos. Giselda Teresa Lopes, 28 anos, e Tatiane Iankoski, 20, foram surpreendidas por policiais militares do 1.º Batalhão no momento em que falavam ao telefone, circulando em um veículo modelo Omega nas proximidades do presídio.

Na avaliação do subcomandante do 1.º Batalhão, major Francisco Ferreira de Andrade Filho, é possível que a fuga já fosse planejada há alguns dias. Conforme levantamento feito pela PM, o mesmo carro tinha se aproximado do portão e se distanciado rapidamente, o que levantou suspeitas em relação às mulheres, que, ao serem detidas, foram levadas para a 13.ª Subdivisão Policial. ?Os detentos tinham a certeza da fuga, que felizmente conseguimos frustrar?, disse o major Andrade.

Os irmãos Márcio e Marcos Lopes Ferreira estão presos há cerca de três meses e seriam os mentores da fuga que foi impedida na madrugada desta quarta-feira e que seria realizada por meio de um túnel escavado a partir do terceiro cubículo da terceira galeria. Os irmãos estão presos acusados de diversos crimes, incluindo homicídio qualificado e roubo cometidos em Ponta Grossa. Eles também são acusados de liderar a rebelião, contida a partir da intervenção da Polícia Militar.

O capitão Samir Wassouf, comandante da 1.ª Companhia do 1.º Batalhão da PM, disse que a maneira como se deu o diálogo com os presos contou bastante para que a revolta não tivesse um desfecho trágico. ?Quando foi iniciada a conversa, eles tentaram impor condições, o que não aceitamos. Determinamos que se rendessem e foi o que ocorreu?, disse o capitão, explicando que o motim teve início em duas galerias, mas que a movimentação chamou a atenção dos demais presos, que participaram da gritaria.

Representantes do Poder Judiciário e da Ordem dos Advogados do Brasil estiveram na manhã de hoje no presídio acompanhando os trabalhos das polícias militar e civil após os presos rebelados terem sido contidos. O juiz Antônio Assir Hrycyna e o advogado João Manoel Grott conferiram os estragos. Agora à tarde o clima é de tranqüilidade. A direção do presídio apura os prejuízos. Um relatório deverá ser elaborado pra ser encaminhado à Vara de Execuções Penais.

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