A mulher do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, Renilda Santiago, disse que entregou uma procuração ao marido, em confiança para a movimentação das empresas. "Estou com ele há 25 anos e entreguei a procuração por confiar nele", disse.
Renilda disse que conheceu o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizolatto no fim de maio ou início de junho, num circuito cultural do banco, no Palácio das Artes em Belo Horizonte, ao responder a indagação do deputado Gustavo Fruet (PMDB-PR). Ela afirmou não conhecer o presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), que também teria sido contemplado com o esquema de empréstimo para campanha política. Renilda reafirmou que, em sua residência, não tratava de negócios e que sempre procurou separar empresa e família.
A mulher de Valério afirmou ainda que acredita que ele nunca conversou com o chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAI), Luiz Gushiken, e que não crê que as empresas do marido tenham recebido favorecimento do governo. "Não acho que ele (Valério) tenha sido favorecido. Senão, ganharia todas as licitações e teria prioridade nas contas do governo, que hoje é do Duda Mendonça (publicitário)", disse.
Renilda disse ainda que o aumento expressivo do patrimônio do casal, em 2003 e 2004, não influiu na vida deles e que mantiveram o ritmo de antes. Segundo a mulher de Valério, se tivesse ocorrido um acréscimo tão expressivo nos bens de família, não demoraria quatro anos para construir a sua casa e fazer as reformas que executa até hoje.
Parlamentares da CPI admitem que Renilda supera as expectativas. Todos esperavam que ela estivesse abalada, psicologicamente, mas demonstra segurança. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) afirmou até mesmo que o depoimento dela é o mais verdadeiro de todos os ouvidos pela CPI. O líder do PT no Senado e presidente da comissão, Delcídio Amaral (MS), informou que amanhã (27), na reunião administrativa, será decidido o requerimento do deputado Onix Lorenzoni (PFL-RS) sobre o pedido de prisão preventiva de Valério.