MST vai simular novo julgamento do massacre de Carajás

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Fórum Nacional de Reforma Agrária e o Movimento Internacional de Trabalhadores Rurais Via Campesina, com sede em Honduras, vão simular um novo julgamento dos policiais envolvidos no massacre de Eldorado do Carajás, na segunda quinzena de maio de 2003, em Belém (PA). Foram mortas 17 pessoas na ocasião. O objetivo do julgamento, de acordo com o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, é “denunciar a farsa” do julgamento em 20 de maio de 2002, que absolveu todos os policiais envolvidos.

Participarão do simulado juristas e pessoas de renome internacional, como o ganhador do prêmio Nobel da Paz Pérez Esquivel, o lingüista e militante dos direitos humanos Noam Chomski, James Petra e integrantes do Tribunal Bertrand Russel.

De acordo com Stédile, os movimentos de trabalhadores rurais e sem-terra vão tentar pressionar o Parlamento, logo no início da próxima legislatura, para que aprove o projeto de lei que transfere para alçada federal os crimes contra os direitos humanos. Ele acredita que se o projeto for aprovado e a lei regulamentada nos primeiros três meses de 2003, haverá tempo hábil para anular o julgamento que inocentou os policiais, uma vez que a sentença ainda não foi promulgada.

Antes do início do julgamento que absolveu os policiais, o MST abandonou o Tribunal em Belém e denunciou que o processo havia sido deliberadamente conduzido para inocentar os réus. Ainda segundo Stédile, a Justiça Federal é mais independente do que as justiças estaduais e menos sujeita “às pressões do poder econômico e do latifúndio”. “Acreditamos que um novo julgamento, na Justiça Federal, poderá chegar a um resultado justo, com a condenação dos autores do massacre”, disse ele.

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