MST quer fortalecer discussão sobre soberania alimentar e reforma agrária

Brasília – A soberania alimentar será o tema central que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) levará para discussão no evento paralelo da Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural. A conferência será realizada pelo órgão das Nações Unidas (ONU) para a agricultura e alimentação (FAO), em Porto Alegre, de 6 a 10 de março. Segundo o integrante da Coordenação Nacional do MST, João Paulo Rodrigues, o objetivo é mostrar que alimentação não é uma questão só de mercado, é um tema a ser discutido pelos trabalhadores e pela sociedade de cada Nação.

"A alimentação tem que ser discutida como um tema de soberania, pelo seu povo, sem que haja necessidade de padronizar a forma de distribuição de alimentos", disse. No caso do Brasil, o dirigente defende que haja uma política clara de produção, com participação ativa dos trabalhadores. Para Rodrigues, um bom programa de Reforma Agrária por si só resolveria a demanda de alimentos no país, já que a agricultura familiar é voltada, principalmente, para o mercado interno. Ele critica o agronegócio, atividade que produz em quantidade, mas voltado para exportação, na sua opinião.

O MST participará como observador na conferência da FAO da qual só participam os representantes de governo. E no evento paralelo, em que participam organizações não-governamentais e movimentos sociais, a entidade vai defender que se discuta a importância da reforma agrária (tema que o MST considera longe dos fóruns internacionais há quase 30 anos), as políticas de financiamento do Banco Mundial (que, na visão do movimento, prejudicam a reforma agrária no mundo) e o tema da soberania alimentar.

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