O Movimento dos Sem-Terra (MST) mobilizou 1,2 mil militantes para invadir, hoje de manhã, a fazenda São Domingos, em Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo. A megainvasão marca o início de grandes ações conjuntas do movimento na região, segundo o MST. O Pontal registra o maior número de conflitos fundiários em São Paulo e detém a maior quantidade de terras com titularidade contestada. Os militantes foram recrutados em 12 assentamentos da região. O movimento providenciou um comboio com 7 ônibus, 3 caminhões e 38 carros para levar os invasores até a fazenda.

O grupo entrou por uma estrada rural e não precisou cortar cerca. A área estava cultivada com sorgo. Militantes usaram facões para cortar as plantas, sob os gritos de “fora, transgênicos”. Estrategicamente, os barracos começaram a ser montados em uma faixa desapropriada pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp) para a passagem de um linhão da Hidrelétrica de Taquaruçu, no rio Parapananema. “Estamos ocupando a fazenda, mas os barracos vão ficar na área da Cesp por segurança, pois há jagunços armados”, disse o coordenador estadual Clédson Mendes. Ele promete colocar 2 mil militantes até o fim da tarde na área invadida.

Segundo Mendes, a entrada na São Domingos tem um simbolismo muito forte para o movimento. “Foi aqui que 11 companheiros foram feridos à bala, no passado”. O conflito ocorreu em 1997 durante uma tentativa de invasão e, desde então, a fazenda tornou-se um alvo para o MST. Segundo Mendes, ocorreram duas apreensões de armas na propriedade, uma delas no fim do ano passado, e posteriormente um dos donos foi preso por agredir um trabalhador rural. “Nosso objetivo é expor para a sociedade quem são os latifundiários do Pontal.”
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