MST faz novos bloqueios e invade Incra e bancos

Agricultores sem-terra de Mato Grosso do Sul interditaram vários trechos das rodovias BR-162 e BR-267 hoje, provocando congestionamentos quilométricos. Os protestos continuarão até o final desta semana, segundo informação da coordenadoria estadual do MST. Mais de 6 mil famílias estão acampadas em barracas de lona plástica e casebres cobertos de sapê em 14 fazendas compradas ou desapropriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Estado. O MST quer esse contingente devidamente assentado pelo órgão. Outros 25 mil grupos familiares estão acampados nas margens das rodovias, áreas públicas municipais, estaduais e particulares de 47 municípios do Estado.

O movimento decidiu iniciar uma série de ações para chamar a atenção das autoridades. O grito de alerta foi dado ontem, quando mais de mil sem-terra bloquearam a BR-163 na região de Coxim. Outro grupo de quase 500 trabalhadores rurais tomou a frente do prédio do Incra em Campo Grande para pedir o cumprimento das promessas feitas aos sem-terra.

No Paraná, cerca de 300 integrantes MST ocuparam hoje o estacionamento do prédio do Incra em Curitiba. Eles chegaram ao Incra pela manhã em sete ônibus. Os sem-terra do Estado se somam a outros do País que estão fazendo a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária para pedir o cumprimento do Plano Nacional de Reforma Agrária de 2006. Para o Paraná, está previsto o assentamento de 2.292 famílias. No entanto, nada foi feito até agora. O Incra diz que tem local para 400 famílias, mas não há recursos orçamentários para a compra das fazendas.

Em Brasília, um grupo de aproximadamente 300 integrantes do MST ocupou nesta manhã parte do saguão do prédio onde fica a direção-geral do Banco do Brasil. De acordo com a assessoria de imprensa do BB, os militantes do MST chegaram no início da manhã e fizeram pressão para entrar no prédio. O banco resolveu facultar o acesso a uma parte do saguão que fica no andar térreo do prédio. Não houve prejuízos para o funcionamento da instituição. O próprio banco intermediou o encontro de representantes do MST com o Ministério da Fazenda.

Em Sergipe, duas agências do Banco do Nordeste foram ocupadas hoje: 300 sem-terra entraram numa agência na cidade de Lagarto e outros 500, em Neópolis. A intenção dos manifestantes era ficar nas agências por tempo indeterminado, mas a possibilidade de uma negociação em Brasília para que sejam revistas as dívidas dos colonos fez as lideranças sergipenses mudarem de idéia. Foi o segundo protesto do MST em Sergipe. Ontem, eles interditaram por quase duas horas a rodovia BR-101, principal ligação do Estado com o centro-sul do País.

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