Montadoras tiveram o “pior mês de junho”

São Paulo – A produção e a venda de veículos caíram em junho. Segundo dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram produzidas 141,5 mil unidades no mês passado, 14,4% a menos do que em maio e 1,9% abaixo de junho de 2002. Os licenciamentos de veículos zero quilômetro, usados como termômetro de vendas do setor, somaram 100,1 mil unidades -6,1% a menos do que em maio e 7% abaixo de junho do ano passado.

Apesar do resultado de junho, a indústria automobilística tem saldo positivo de produção no semestre. De janeiro a junho o setor produziu 898,5 mil unidades, 2,7% a mais do que em igual período de 2002. Os licenciamentos apresentaram queda de 8,2% no período, num total de 647,6 mil unidades. A diferença entre produção e vendas ou é exportada ou engrossa os estoques nas fábricas e concessionárias.

Para a Anfavea, no entanto, embora os números do primeiro semestre embutam contribuição expressiva das exportações – que cresceram 38,7% em relação a igual período de 2002 e somaram U$ 2,4 bilhões -, as vendas externas não compensam a depressão no mercado interno. Segundo a entidade, as exportações correspondem apenas a 27% do total produzido no país.

Em junho, foram exportados US$ 504,6 milhões, nada menos do que 60,7% a mais do que em junho de 2002 e 16% acima do resultado de maio.

A entidade argumenta que a capacidade ociosa do setor é muito elevada. Embora as empresas tenham condições de produzir 3,2 milhões de veículos ao ano, mas a projeção é que apenas 1,8 milhão saiam das fábricas.

Em parte, a queda de produção de junho reflete férias coletivas das montadoras, concentradas nos últimos dez dias de junho e em julho. O objetivo foi justamente reduzir o estoque. Apesar disso, o nível de emprego do setor se mantém relativamente estável. Em junho, as montadoras empregavam 92.212 pessoas, com ligeira queda de 0,2% na comparação com maio.

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