Moeda forte

O presidente venezuelano Hugo Chávez, que muitos vêem como figura caricata da política terceiro-mundista, não é esse bravateiro retratado nas rodas influenciadas pelas decisões com veleidades hegemônicas originárias de Washington.

O proclamado chefe da revolução bolivariana conhece muito bem a extensão do tesouro escondido nas entranhas do subsolo de seu país, e por isso antecipa o pleito que apresentará à reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a ser realizada em Caracas, daqui a três meses.

Tenciona o presidente venezuelano solicitar ao cartel a fixação do preço médio de US$ 50 por barril de petróleo, quantia que se apressou a indicar como o preço do equilíbrio. Na segunda-feira, o preço médio do barril no mercado internacional estava cotado em US$ 67.

A jogada de mestre de Hugo Chávez, segundo especialistas do setor, se explica pelo fato de a Venezuela dispor de uma reserva de 1,3 trilhão de barris de petróleo extrapesado na região do Orinoco, estimada pelo Departamento de Energia do governo norte-americano. Todavia, o elevado custo da exploração comercial dessas reservas somente teria viabilidade com a manutenção do preço em US$ 50 por barril.

Dessa forma, a Venezuela passaria a ostentar a maior reserva mundial de petróleo, suplantando todo o Oriente Médio (Arábia Saudita, estados do Golfo Pérsico, Irã e Iraque).

Resta saber se os governos dos países exportadores de petróleo estão a fim de confiar o fabuloso handicap ao discípulo de Simon Bolívar.

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