Ministro pede união em torno do novo diretor-geral da Abin

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Armando Félix, pediu, nesta terça-feira, que os funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se unam em torno do novo diretor-geral da instituição, Márcio Paulo Buzanelli, empossado hoje.

"Toda orientação do que eu falei foi no sentido da necessidade de que todos se unam e apoiem o novo diretor da Abin. Não há outro caminho. Enquanto houver a divisão em grupos defendendo interesses pessoais às vezes de pequenas partes do todo, nós vamos ter nenhuma resultante positiva", pediu o general.

Questionado por jornalistas, Armando Félix negou que tenha se referido a saída do ex-diretor-geral da Abin, o delegado Mauro Marcelo de Lima e Silva. Ele foi exonerado a pedido no dia 15 de julho, após publicação de uma nota interna em que se referia a parlamentares como "bestas feras" e à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios como "picadeiro". Os comentários se referiam a depoimento do funcionário da Abin Edgar Lange, que havia falado na comissão poucos dias antes.

O ministro negou ainda que a Abin estivesse investigando irregularidades no Correios, como foi apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). "Acontece que pessoas que pertenceram aos quadros da Abin, alguns há 19, quase 20 anos, tudo indica, estejam envolvidas no episódio da gravação. Isso não signifia que sejam pessoas que pertençam aos quadros da Abin. Como em todo grupo, há o bom e há mal", afirmou.

Para Félix, existe confusão quanto às tarefas desempenhadas pela Abin: "Faz parte do papel dela (da Abin) procurar indícios de corrupção e coisas desse tipo nas várias estruturas do governo ou de fora do governo, mas isso a Abin vai até o limite do modus operandi de como as coisas acontecem", disse ele.

O general disse que a agência não se dedica à apuração de responsabilidades individuais no caso de um delito, que é uma tarefa policial: "Não é papel da Abin investigar. Quando se chega à parte individual de autores de uma eventual irregularidade, isso é passado via Sistema Brasiliero de Inteligência para o órgão que tem a atribuição de fazer isso, que é a Polícia Federal", explicou.

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