Ministro diz que salário mínimo de R$ 375 custará mais R$ 5 bi ao Tesouro

Brasília – Para cada um real de aumento no salário mínimo, hoje R$ 350, significa um gasto a mais de R$ 200 milhões por ano para os cofres públicos. Caso a proposta aprovada na última terça-feira pela Comissão Mista de Orçamento de reajustar o salário mínimo para R$ 375 seja confirmada, o Tesouro Nacional vai desembolsar anualmente mais R$ 5 bilhões. A explicação é do ministro da Previdência Social, Nelson Machado, que se reuniu nesta quinta-feira (14) com as centrais sindicais para discutir o valor do novo salário mínimo.

?Hoje temos 15 milhões de trabalhadores, entre rurais e urbanos, que ganham um salário mínimo, e mais três milhões de benefícios assistenciais com esse valor. O impacto do salário mínimo sobre esse conjunto na Previdência Social é grande. Significa que para cada R$ 1 de aumento para esse grupo haverá um gasto a mais de cerca de R$ 200 milhões aos cofres públicos?, disse o ministro.

Para tentar resolver o déficit anual da Previdência Social, que hoje seria de R$ 42 bilhões, Nelson Machado disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está estudando a possibilidade de fazer uma discussão nacional sobre a Previdência.

?O presidente falou que para o segundo mandato não haveria necessidade de reformas na Previdência Social, mas sim o combate a fraudes e a redução de custos. Mas no longo prazo temos que refazer o contrato social para nossos filhos e netos, não para os trabalhadores que hoje estão na ativa. E dessa discussão participariam os setores da sociedade civil, como os trabalhadores da ativa e os inativos, empregadores e sindicatos?, explicou o ministro.

Logo após a reunião no Ministério da Previdência Social, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos, ressaltou que Nelson Machado apresentou aos sindicatos os dados do ministério, e que o déficit anual não seria de R$ 42 bilhões como se tem divulgado, e sim de R$ 22 bilhões.

Na próxima terça-feira (19) governo e sindicatos voltam a se reunir mais uma vez para buscar um acordo para o novo piso salarial no país.

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