Ministro da Saúde rejeita SUS de luxo

Brasília (AE) – O ministro da Saúde, Humberto Costa, disse hoje ser "radicalmente contra" o projeto aprovado pela Comissão de Seguridade Social da Câmara que prevê acomodação mais luxuosa ou médico de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS) para quem se dispuser a pagar uma taxa pelos benefícios. "Sou frontalmente contra e acho que isso é uma visão equivocada" atacou, no Palácio do Planalto, ao comentar o projeto de autoria do deputado Francisco Gonçalves (PTB-MG). "Não temos de criar novas portas e discriminar as pessoas pobres, que precisam do sistema único. O que nós temos é de criar condições boas de atendimento para todos, ricos e pobres", rebateu Costa, ao acentuar que o governo "está mostrando que é perfeitamente possível termos serviço de excelência que sejam públicos e possam ser bem geridos e bem administrados".

Segundo ele, hoje, boa parte da classe média, boa parte das pessoas que têm boas condições, usam o SUS na área da alta complexidade, seja para fazer transplantes, seja para ter acesso a remédios de alto custo, "para enfim, ter acesso àquilo que é hoje excelência".

Na opinião de Costa, ao invés de criar mais uma forma de discriminação à população carente, o que se tem de fazer é levar esta excelência para o sistema como um todo. "Sou radicalmente contra e vou fazer o que puder para lutar para que este projeto não seja aprovado."

Pelo projeto, pessoas dispostas a arcar com um pagamento extra teriam direito a acomodação em hospitais mais luxuosas do que as oferecidas aos pacientes do SUS. Além disso, teriam, também o direito de escolher o médico de confiança, desde que pagassem outra porcentagem a mais para os profissionais. O restante seria pago pelo SUS.

Depois de informar que o Ministério da Saúde se posicionou contra o projeto, Costa, ao ser indagado se conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto, respondeu: "Não, até porque isso está no âmbito de discussão da Câmara. O ministério já manifestou a sua posição contrária e ainda haverá debates no plenário."

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