Ministro afirma que não há comparação entre biodiesel e Proálcool

O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, afirmou ontem que não há comparação entre a forma de produção de biodiesel, que o governo procura agora estimular no Brasil, e antigo Proálcool. Segundo o ministro, a produção do álcool emergiu na década de 70, durante uma crise de energia. Mas atualmente não há crise, disse Campos. “Hoje, podemos traçar uma visão estratégica para garantir que o programa cumpra seu objetivo de inclusão social”, explica.

Provavelmente a partir de novembro, de acordo com o anúncio feito pela ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, já será possível encontrar nos postos o diesel misturado com 2% de óleos vegetais. A mistura poderá ser usada nos veículos sem necessidade de modificações no motor. De acordo com a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) o novo combustível não causa danos ao veículo. Ele será distribuido pelos postos da Rede Petrobras.

A produção do novo diesel é resultado de um acordo entre os Ministérios da Ciência e Tecnologia, das Minas e Energia e 21 Estados que disponibilizaram tecnologia e pesquisa científica para o projeto. A ministra de Minas e Enegia, Dilma Roussef, destacou que o programa deve trazer independência ao país, já que em 2006 o Brasil será auto-suficiente na produção de petróleo. “Várias iniciativas foram tomadas para viabilizar isso, tanto técnicas quanto econômicas”, afirma.

A produção de óleos vegetais deve gerar 150 mil empregos, de acordo com o ministro de Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos. Mas, além das novas vagas de trabalho, o biodiesel distribuirá renda nas áreas mais pobres do país, como, por exemplo, em Alagoas.

De acordo com Roberto Vasconcelos, Superintendente de Projetos Especiais da Fundação de Amparo à Pesquisa, a mamona alagoana irá diminuir bolsões de pobreza no estado. Segundo ele, cada dois hectares de mamona geram um emprego direto. “A energia produzida também será usada em locais isolados”, explica.

Atualmente, a procura por energias alternativas é preocupação de vários países do mundo. No entanto, a primeira patente de biodiesel é de um brasileiro. Expedito Parente pesquisa o biodiesel desde os anos 80 e sente falta de maior divulgação das energias vegetais. Isso poderia atrair investimento para essa área econômica. Hoje, segundo ele, “não temos usinas preparadas para produzir uma grande quantidade de produto”, explica. Parente conta que o Brasil consome 40 bilhões de litros de álcool, gasolina e diesel anualmente. Desse total, importa 6 bilhões. A usina com maior capacidade produtiva de óleos vegetais é a do Piauí, que produz apenas 90 mil litros.

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