Ministério da Agricultura antecipa estudos sobre regionalização sanitária

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, informou na última quinta-feira, durante debate no 19.º Congresso Brasileiro de Avicultura, em Brasília, que pretende antecipar para o dia 30 de novembro a conclusão dos estudos sobre a regionalização sanitária do setor avícola brasileiro, que vêm sendo elaborados por uma equipe técnica de seu ministério. A proposta dos empresários do setor, apresentada ao ministro há cerca de seis meses, prevê a divisão do País em áreas que funcionariam quase como se fossem países independentes, para efeito sanitário.

Fronteiras sanitárias bem definidas possibilitariam a adoção de normas rígidas para o deslocamento e transporte das aves e produtos avícolas, bem como para práticas preventivas e sanitárias. Dessa forma, caso ocorresse um problema sanitário em uma região, as demais estariam protegidas do contágio e continuariam comercializando normalmente sua produção, contando inclusive com a certificação dos órgãos pertinentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O abastecimento interno e as exportações não seriam afetados.

Rodrigues informou que o prazo final para a conclusão dos estudos é o dia 15 de dezembro deste ano, mas em função da realização da Conferência Hemisférica de Vigilância e Prevenção da Influenza Aviária, no dia 30 de novembro, no Palácio do Itamaraty, reunindo técnicos e representantes de vários países, ele solicitou pressa na finalização dos estudos, com o objetivo de apresentar no evento a posição brasileira sobre o assunto. Isso não influi, no entanto, na implantação do programa de regionalização sanitária, previsto para primeiro de janeiro próximo.

Para o presidente da União Brasileira de Avicultura, Zoé Silveira d?Avila, a conclusão desses estudos e a implantação da regionalização é fundamental para garantir a qualidade do produto brasileiro. ?É da mais alta importância podermos mostrar ao mundo o que está por trás da garantia de qualidade do produto avícola brasileiro?, diz o presidente da UBA, lembrando que o Brasil será o primeiro país no mundo a implantar a regionalização sanitária.

Medidas de prevenção

Durante sua participação no painel ?Qualidade e sanidade do produto avícola brasileiro?, do 19.º Congresso Brasileiro de Avicultura, Rodrigues lembrou o trabalho de prevenção que vem sendo feito pelo governo e iniciativa privada com o objetivo de evitar a chegada de doenças aviárias no Brasil. Entre essas medidas estão a suspensão de importação de aves e produtos avícolas de países que apresentem risco; monitoramento dos plantéis brasileiros; identificação de rotas migratórias de aves e monitoramento para evitar contágio com as aves brasileiras; instalação de fornos crematórios em aeroportos e portos para queima de restos de alimentos provenientes das aeronaves e navios; monitoramento e apreensão de produtos animais suspeitos em bagagens de passageiros, entre outras.

No documento final do encontro de avicultores, intitulado ?Carta de Brasília?, os produtores voltam a reforçar a necessidade das medidas de emergência como forma de evitar a entrada de doenças no País que possam contaminar o plantel.

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