Mineropar analisa química dos solos do Paraná

Várias rochas da Bacia do Paraná têm potencial para as mineralizações de ouro, níquel e metais do grupo da platina. Esta é uma das conclusões do livro ?Levantamento Geoquímico Multielementar do Estado do Paraná: Geoquímica de Solos – Horizonte B?, que será lançado no dia 30, no auditório da Secretaria de Estado de Planejamento do Paraná.

O lançamento ocorrerá durante a 3ª Tarde de Debate Geológico, promovida pela Mineropar, que vai contar também com a apresentação de duas palestras sobre Geologia Médica: uma pelo médico da Unicamp Eduardo di Capitani e outra pelo geólogo Otávio Boni Licht, autor do livro sobre geoquímica a ser lançado no evento.

O livro é resultado do projeto de Geoquímica de Solos do Paraná (Horizonte B), que foi realizado pela Mineropar, em conjunto com o Iapar, UFPR e o Institute of Geophysical and Geochemical Exploration (IGGE), da cidade de Langfang, Província de Hebei, na China.

?Trata-se do mais completo estudo sobre a química dos solos existentes no Brasil?, afirma o responsável pelo projeto, o geólogo Otávio Boni Licht. O livro é dividido em dois volumes que, além de informações geoquímicas, contêm gráficos, tabelas e 96 mapas.

Segundo Licht, o objetivo do projeto é subsidiar as ações governamentais para o planejamento e execução de projetos destinados ao conhecimento do solo e subsolo, do desenvolvimento dos agronegócios, do controle e recuperação do meio ambiente, da qualidade dos mananciais e da ocupação do território paranaense. Os dados do projeto têm aplicações também na área de saúde pública, em estudos da fertilidade agrícola, cartografias de solos e geológica e exploração mineral.

Para realizar o projeto, foram coletadas 307 amostras de solos em todo o Paraná, analisadas em laboratórios especializados e de alta qualidade. Foram analisados também 72 elementos químicos, parâmetros de química agrícola e variáveis geofísicas.

O geólogo Otávio Licht destaca, por exemplo, que na área médica poderão ser estudados os efeitos do mercúrio na população de Adrianópolis, já que os especialistas têm se preocupado, até agora, mais com os efeitos do chumbo e do arsênio na população do município do que com os efeitos do mercúrio. O estudo aponta que o solo da região do Vale do Ribeira apresenta naturalmente teores de mercúrio acima da média, pela presença geológica de chumbo.

Por outro lado, na área de fertilidade agrícola, Licht afirma que o estudo colocará à disposição dos agrônomos uma gama de informações bem maior do que eles têm para analisar solos, facilitando o planejamento do uso do solo para culturas específicas em cada região do Paraná.

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