Mina de calcário de Guapirama será reativada

De acordo com Salamuni, a operação na mina ainda não começou devido a alguns problemas financeiros do investidor. ?As instalações já estão lá e o direito de posse da jazida é dele?, disse. Atualmente são produzidas 12 milhões de toneladas de calcário por ano no Paraná, segundo a Mineropar, volume bastante irrisório diante do potencial de jazidas do Estado.

Segundo Salamuni, a Mineropar trabalha para garantir ?organização inteligente? na exploração do produto. Isso vai evitar que os produtores rurais paranaenses sejam obrigados a comprar calcário em São Paulo, pagando mais caro por um produto de qualidade inferior. ?Buscamos evitar à urbanização excessiva na área da mineração, regular as situações para agregação de valor ao produto, ter uma produção melhor e fazer com que haja redução de custo no transporte?, afirma Salamuni.

A Mineropar está produzindo um arranjo produtivo, em conjunto com os empresários, para identificar as situações críticas para a indústria do calcário do Paraná. Salamuni disse que não tem como quantificar o total de indústrias que poderão se instalar na extração de calcário. ?Na verdade uma indústria está sendo reaberta, as outras precisam ter uma melhoria tecnológica e uma agregação de valor do produto para que façam uma mineração sustentável do ponto de vista econômico e ambiental?, afirmou.

O diretor da Mineropar aproveitou para fazer um alerta quanto à exploração predatória do minério. ?Empresas predatórias só criam problemas ambientais. É aquilo que a gente chama de produção noturna. O sujeito pega um tratorzinho, um caminhão, coloca um carregamento de calcário e vai criando passivos ambientais sérios?, explica.

Panorama do setor ? Na apresentação, Salamuni enfocou as três políticas básicas desenvolvidas pela Mineropar: apoio ao setor mineral, gestão do meio físico e disseminação do conhecimento. O Brasil gera 10% de seu Produto Interno Bruto (PIB) e 25% do superávit do comércio exterior na área mineral e na primeira transformação, informou Salamuni. ?Há o crescimento da exploração dos minerais não-metalicos, que são aqueles próprios para construção civil e indústria de transformação?, disse.

O Paraná, segundo ele, é um grande produtor desses minerais e tem um potencial grande para ferro, ouro, cobre e zinco. O Estado movimenta, de maneira formal, em média 22 milhões de toneladas de minérios por ano e entre 5 milhões e 8 milhões de toneladas informalmente.

A Mineropar cadastrou, nos últimos anos, 2,1 mil bocas de minas, sendo que 1,1 mil já foram visitadas. Deste total, 80% estão em atividades ? pelo menos 800 são mineradoras que geram 12 mil postos de trabalho diretamente e 120 mil indiretamente. Os principais minérios são: brita (3 milhões de toneladas), calcário (12 milhões de toneladas), argilas de todos os tipos (de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas) e xisto (3,5 milhões de toneladas).

Em relação à área educacional, a Mineropar distribuiu 2,5 mil kits informativos para todas as escolas da rede estadual. A empresa também atua na área de geoturismo. Foram produzidos 42 painéis dos 21 sítios com potencial de visitação, distribuídos nos principais pontos turísticos do Paraná. Salamuni informou também que há cerca de duas semanas foram iniciadas as obras do Museu de Geologia e Paleontologia em Vila Velha.

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