O governador Roberto Requião ganhou o destaque que andava buscando na mídia nacional, infelizmente, não por qualquer mérito adquirido na experiência de gestor público. Ao contrário, Requião tem sido notícia nos grandes jornais do País pelas esquisitices que anda cometendo numa profusão que inquieta, sobremaneira, a sociedade paranaense.

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Afinal, aqueles que votaram em Requião em outubro do ano passado, dando-lhe o terceiro mandato por inexpressiva vantagem, sem a menor dúvida confiaram na promessa empenhada em campanha de que faria um ótimo governo, pontilhado de hospitais, postos de saúde, rodovias de primeiríssima qualidade, escolas, creches e tantos outros penduricalhos.

Ninguém pode ter votado em Requião, a não ser aquele número cada vez mais reduzido de bajuladores, meramente tocado pelo desejo de vê-lo desacatando os adversários criados pela fértil imaginação de messias rejeitado.

É verdade que muita gente se compraz no quanto pior melhor, mas é quase inacreditável que haja um cidadão de bom senso em qualquer rincão desse Estado, que aprove em sã consciência as diatribes do inquilino do ?Centro Administrativo Luiz Caron?.

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Dizíamos linhas acima que Requião virou notícia nacional. Na edição de O Estado de S. Paulo da última quarta-feira, o governador ocupou espaço nobre da página de editoriais da publicação, que encimou o comentário com o título irreprochável ?TV degradada no Paraná?. Identificando-o como político autoritário e truculento, apesar de considerar equivocada a decisão judicial que resultou na humilhação pública da ex-procuradora-geral Jozélia Nogueira, o jornal também teve o descortino de lembrar a seus leitores que Requião transformou a TV Educativa em patrimônio próprio e ?janela de oportunidade para investir contra seus desafetos?.

Em outro espaço do primeiro caderno, quase em página inteira, o governador foi entrevistado pelo repórter Fausto Macedo, que viajou especialmente a Curitiba para cumprir a pauta. Longe de nomear os desafetos, Requião apontou suas idiossincrasias como elementos que estimulam a ira da elite contra o que seu personalismo define como um governo popular e progressista.

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Entre as virtudes reivindicadas pelo governador destacam-se o ódio aos supersalários do Ministério Público e o corte das verbas de comunicação social. Não teve pejo em confessar que seu salário mensal é de R$ 18,6 mil líquidos. Contudo, não teve o equilíbrio de afirmar que a liberdade de expressão que reclama, é negada aos que ousam discordar de seu atabalhoado iluminismo.