Brasília – A Mesa Diretora da Câmara negou o pedido do presidente nacional do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), para anular a votação do plenário que cassou o mandato parlamentar dele. Corrêa foi hoje à reunião da Mesa Diretora defender o argumento de que a votação não foi secreta porque vários deputados haviam pego a cédula com o voto antes da abertura das urnas.

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Ele foi cassado no dia 15, depois de ter sido acusado de envolvimento no esquema do "mensalão", por um placar de 261 contra 166, 16 abstenções e 5 em branco. Hoje, na reunião da Mesa, o pedido de Corrêa para tornar nula a votação foi rejeitado por 4 votos contra 2.

Votaram a favor do presidente nacional do PP os deputados João Caldas (PL-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI). Votaram contra os deputados Inocêncio Oliveira (PL-PE), José Thomaz Nonô (PFL-AL), Givaldo Carimbão (PSB-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO).

Para a Mesa, o que assegura o sigilo do voto é o envelope colocado na urna de votação. Por isso, na cabine, são postas cédulas com as diferentes opções – sim, não, em branco e abstenção – em número muito maior do que o de deputados.

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Para reafirmar esse raciocínio, Inocêncio lembrou no encontro que, anteriormente, as cédulas eram enviadas aos gabinetes para que o deputado escolhesse antes a alternativa e não enfrentasse as filas que são formadas em frente aos compartimentos.

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que vota em caso de empate, argumentou que a Mesa não poderia anular uma decisão soberana do plenário da Casa. Rebelo afirmou ainda que retirar do plenário o direito de decidir sobre uma questão como a perda de mandato abriria um precedente histórico gravíssimo.

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Ele havia negado um pedido de Corrêa para anular a votação que lhe cassou o mandato, mas Caldas requereu que o assunto também fosse tratado pelo colegiado da Mesa. O presidente nacional pepista também recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de reaver o mandato.