Mercadante espera atrair PMDB para base do governo

A entrada do PMDB na base parlamentar do governo e, por conseqüência, sua participação no Executivo é uma questão de tempo, prevê o futuro líder do governo no Senado, senador eleito Aloizio Mercadante (PT-SP). ?Abre-se um caminho promissor?, disse ele. O acordo que une a favor da candidatura do senador José Sarney é parte da estratégia traçada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ter o PMDB unido no Congresso, garantindo condições para governar e aprovar as reformas estruturais.

Com o PMDB, o governo pode obter o quórum de três quintos (308 deputados e 49 senadores) necessário para aprovar emendas constitucionais. Vencida essa primeira etapa, o PMDB terá de enfrentar outra batalha para obter a unidade e consolidar sua posição de parceiro do governo. O próximo teste será a disputa entre as duas correntes do partido para a escolha do líder na Câmara.

A ala dissidente, que apoiou a candidatura de Lula, não se sente contemplada só com o entendimento em torno da eleição de Sarney. Quer minar o poder de políticos que vêm dominando o partido nos últimos anos. Por isso a disputa será acirrada. Na Câmara, a ala dissidente se opõe à indicação de Eunício Oliveira (PMDB-CE) para substituir o líder da bancada, Geddel Vieira Lima (BA). Geddel, por sua vez, já negociou um lugar de destaque na Câmara: a primeira vice-presidência.

A escolha dos dois deputados para esses cargos foi prontamente criticada pelo governador do Paraná, Roberto Requião  e pelo ex-governador Orestes Quércia (SP). Eles conseguiram evitar, depois de muita conversa e pressão, que o acordo oficializasse a candidatura de Eunício. Ao mesmo tempo, o deputado Barbosa Neto (PMDB-GO) liderou um movimento na bancada em protesto contra a tentativa da cúpula de tornar a candidatura de Eunício um fato consumado. ?Não aceitamos imposição. O acordo não pode envolver a liderança da Câmara?, reagiu Barbosa Neto, que já está em campanha pela liderança. O deputado afirmou que já contava com o apoio de 30 deputados, do total de 72, contra essa iniciativa da cúpula. Além de Eunício e de Barbosa, especula-se a possibilidade de o deputado eleito José Pinotti (PMDB-SP), ligado a Quércia, entrar na disputa.

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