Meninas batem Japão e assumem vice-liderança

Osaka, Japão – Diante de 9.600 torcedores, no Namihaya Dome, em Osaka, o Brasil venceu o Japão, por 3 sets a 0, parciais de 25/21, 25/21 e 25/23, em 1h27 de jogo. Com o resultado, a seleção feminina assumiu a vice-liderança na competição e só precisa de mais uma vitória nos dois jogos que restam para encerrar sua participação na Copa do Mundo – enfrentou os Estados Unidos, na madrugada de hoje (1h30), ou a Itália na madrugada de hoje para amanhã (4h) – para garantir a sua vaga nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.

As derrotas da Itália para Cuba por 3 a 0 e dos Estados Unidos para a China (já classificada) facilitaram o caminho para as brasileiras. Caso vença as norte-americanas pela décima rodada da Copa do Mundo do Japão, o Brasil praticamente assegura o direito de ir à Grécia. Nos demais jogos, a Polônia venceu a Argentina por 3 a 0 a Coréia do Sul ganhou da República Dominicana pelo mesmo placar.

A levantadora Fernanda Venturini foi eleita a melhor da partida e a oposto Raquel fez a diferença: foi a maior pontuadora brasileira, com 13 acertos. A meio-de-rede Valeskinha, outro destaque, teve a mesma pontuação.

O jogo

Os dois primeiros sets foram muito semelhantes. O Brasil começou com dois pontos de desvantagem e engrenou a partir do oitavo ponto, quando o saque passou a dificultar o passe das adversárias. Resultado: fáceis 25/20 e 25/21.

No terceiro set, no entanto, a pausa de 10 minutos esfriou o time brasileiro. E há motivo para isso: enquanto as japonesas continuavam se aquecendo em um espaço do ginásio, as brasileiras foram encaminhadas ao vestiário. Na volta à quadra, o Japão abriu larga vantagem e a tal virada brasileira não aconteceu. Só quando Valeskinha marcou o nono ponto do Brasil (9/17) e Raquel foi para o saque que a seleção deslanchou: a oposto soltou o braço e as brasileiras voltaram ao jogo com os cinco pontos consecutivos obtidos: 14/17. Ponto a ponto, o Brasil encostou e virou. Virna, Valeskinha e Fabiana, nesta ordem, fecharam em 25/23, silenciando a insistente e barulhenta torcida japonesa, para delírio dos cerca de 10 brasileiros que, durante raros momentos do jogo conseguiram se impor para incentivar a equipe de José Roberto Guimarães.

O Brasil jogou com Walewska, Erika, Raquel, Valeskinha, Virna, Fernanda. Entraram no decorrer da partida a líbero Arlena Paula e Fabiana.

Raquel fez a diferença em quadra

“Sempre é muito difícil enfrentar o Japão. É uma equipe aplicada em todos os fundamentos. Nós fomos felizes no saque. No terceiro set, entretanto, fiquei preocupado. Quando o Japão abriu, sabia que seria muito difícil reverter. Mas voltamos a forçar o saque, principalmente com a Raquel, que conseguiu dificultar a vida das japonesas, e fizemos cinco pontos seguidos. Com o passe japonês quebrado, o trabalho da nossa defesa ficou mais fácil e, conseqüentemente, os nossos contra-ataques”, analisou Zé Roberto, para depois completar:

“A Raquel foi essencial para o grupo hoje. Realmente, foi a jogadora mais importante. Fez pontos no saque, esteve muito bem no bloqueio, defendeu e no ataque, nem preciso comentar”, completou Zé Roberto.

Ao final da partida, Raquel comemorava a vitória com o time e dizia: “Graças a Deus ganhamos esse jogo. Toda a equipe esteve bem e agradeço a Jesus por ter me dado a chance de ajudar o time”, comentou a jogadora. “Os jogos com o Japão são sempre difíceis. É um time com um sistema defensivo fortíssimo, mas, hoje, conseguimos reverter com muita paciência. O importante é que conquistamos a nossa oitava vitória consecutiva, e por 3 sets a 0. Isso era essencial para nós”, encerrou a atacante.

Masculino enfrenta desgaste

Mishima

– Para recuperar a falta de tempo de treino com a seleção brasileira completa, o técnico Bernardinho trabalha em ritmo frenético com bola e estuda os rivais. O Brasil estréia na versão masculina da Copa do Mundo de Vôlei, às 7h05 (de Brasília) de domingo, contra a Coréia. Até o dia 30, serão 11 jogos em quatro cidades do Japão. Em disputa estão três vagas para a Olimpíada de Atenas, em 2004.

Para suportar a maratona ganha destaque o trabalho do preparador físico, José Inácio Salles. “Como a Copa é longa, temos de garantir o mínimo de perdas. Uma das saídas é levar em conta o grau de dificuldade do adversário durante o torneio. Poderemos trabalhar um pouco mais forte, por exemplo, no dia anterior a um confronto com uma equipe mais fraca.”

José Inácio sabe que a tarefa não será fácil. “Além de ser um torneio longo e cansativo, a viagem entre as cidades provocará um desgaste físico ainda maior.” Ontem, o Brasil venceu o Toray Arrows, por 3 sets a 0 (25/21, 25/17 e 25/18), no segundo e último amistoso em Mishima. Em seguida o grupo participou de um jantar cujo cardápio reunia feijão, arroz, farofa e churrasco. Nesta sexta-feira o time viaja para Nagano.

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